Associação checa muda e produz coletes à prova de bala para os ucranianos

Uma associação da República Checa, que coleciona lembranças da Segunda Guerra Mundial, reconverteu-se e já produziu quase 2.000 coletes à prova de bala para as forças militares ucranianas que lutam no seu país contra a invasão russa.

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Lusa
04/03/2022 23:59 ‧ 04/03/2022 por Lusa

Mundo

Ucrânia/Rússia

A Post Bellum ("Depois da Guerra" em latim), dedica-se à recolha de histórias e memórias da Segunda Guerra Mundial e das quatro décadas do poder comunista na antiga Checoslováquia, entre 1948 e 1989.

No entanto, esta associação reconverteu-se desde o início da invasão russa da Ucrânia, na semana passada, notícia a agência France Presse (AFP).

"A Post Bellum procura contar histórias há 21 anos, e o que estamos a viver hoje na Ucrânia é uma história do século 21", destacou o coordenador desta iniciativa, Martin Ocknecht.

Num grande salão nos arredores de Praga, voluntários, que incluem estudantes, mães e crianças, ouvem instruções antes de começarem a trabalhar.

Em seguida, montam duas placas, de metal e borracha, com fita-cola, antes de introduzi-las em bolsos em cada lado do colete.

A iniciativa da Post Bellum é coordenada com a embaixada da Ucrânia em Praga, responsável pelas questões logística e consulta das autoridades ucranianas sobre as suas necessidades.

"Nós dizemos [à embaixada] o que temos e eles decidem para onde os materiais são transportados. O trabalho de hoje [sexta-feira] vai ser enviado para Kiev, Kharkiv e Mariupol", revelou Martin Ocknecht.

Os coletes produzidos esta sexta-feira podem estar na frente de combate em Kiev dentro de 24 a 36 horas, acrescentou.

Até agora, esta organização enviou para a Ucrânia 1.783 coletes à prova de bala, 370 sacos-cama, 39 'drones', 170 capacetes, 176 pares de sapatos e equipamentos médicos, no valor de quase um milhão de euros.

A associação lançou uma campanha de recolha de fundos que até agora arrecadou cerca de 4,5 milhões de euros.

A Rússia lançou, na madrugada de 24 de fevereiro, uma ofensiva militar à Ucrânia e as autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças. Segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de 1,2 milhões de refugiados.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.

Leia Também: MNE ucraniano pede novas sanções contra a Rússia e aviões de combate

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