Associação checa muda e produz coletes à prova de bala para os ucranianos
Uma associação da República Checa, que coleciona lembranças da Segunda Guerra Mundial, reconverteu-se e já produziu quase 2.000 coletes à prova de bala para as forças militares ucranianas que lutam no seu país contra a invasão russa.
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Mundo Ucrânia/Rússia
A Post Bellum ("Depois da Guerra" em latim), dedica-se à recolha de histórias e memórias da Segunda Guerra Mundial e das quatro décadas do poder comunista na antiga Checoslováquia, entre 1948 e 1989.
No entanto, esta associação reconverteu-se desde o início da invasão russa da Ucrânia, na semana passada, notícia a agência France Presse (AFP).
"A Post Bellum procura contar histórias há 21 anos, e o que estamos a viver hoje na Ucrânia é uma história do século 21", destacou o coordenador desta iniciativa, Martin Ocknecht.
Num grande salão nos arredores de Praga, voluntários, que incluem estudantes, mães e crianças, ouvem instruções antes de começarem a trabalhar.
Em seguida, montam duas placas, de metal e borracha, com fita-cola, antes de introduzi-las em bolsos em cada lado do colete.
A iniciativa da Post Bellum é coordenada com a embaixada da Ucrânia em Praga, responsável pelas questões logística e consulta das autoridades ucranianas sobre as suas necessidades.
"Nós dizemos [à embaixada] o que temos e eles decidem para onde os materiais são transportados. O trabalho de hoje [sexta-feira] vai ser enviado para Kiev, Kharkiv e Mariupol", revelou Martin Ocknecht.
Os coletes produzidos esta sexta-feira podem estar na frente de combate em Kiev dentro de 24 a 36 horas, acrescentou.
Até agora, esta organização enviou para a Ucrânia 1.783 coletes à prova de bala, 370 sacos-cama, 39 'drones', 170 capacetes, 176 pares de sapatos e equipamentos médicos, no valor de quase um milhão de euros.
A associação lançou uma campanha de recolha de fundos que até agora arrecadou cerca de 4,5 milhões de euros.
A Rússia lançou, na madrugada de 24 de fevereiro, uma ofensiva militar à Ucrânia e as autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças. Segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de 1,2 milhões de refugiados.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.
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