O cardeal-patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, celebrou hoje uma missa na Igreja de Arroios com a comunidade ucraniana, que há nove dias assiste aos ataques russos no seu país que já provocaram mais de 1,5 milhões de deslocados.
"Uma palavra de muita amizade e de muita estima por todos vocês. Aqui em Lisboa estão na vossa terra. Assim como a vossa terra da Ucrânia é a nossa terra na oração e na solidariedade", disse Manuel Clemente, durante a homilia.
Numa oração pela paz na Ucrânia que juntou portugueses e ucranianos em Lisboa, o cardeal-patriarca dirigiu-se aos ucranianos que vivem em Portugal, mas também aos refugiados que estão prestes a chegar e a todos os que possam vir a escolher o país como destino.
A embaixadora da Ucrânia em Portugal, Inna Ohnivets, também esteve presente na missa: Nesse momento, "o ocupante russo está na nossa terra. O nosso povo heroico está a lutar pela sua independência, pela preservação da sua soberania. Estou convencida de que vamos vencer", afirmou.
"Em nome da Ucrânia, gostaria de expressar a nossa gratidão profunda ao povo português pela solidariedade, pelo apoio. Os portugueses são os nossos irmãos e isso vai ajudar para a nossa vitória", acrescentou.
O regresso à paz também foi salientado pelo patriarca de Lisboa, dizendo que "aqui nesta ponta ocidental da Europa e na vossa Ucrânia, no leste europeu, é Cristo que está presente (..) e a paz acontece".
A cerimónia religiosa de quase duas horas terminou com as palavras do cardeal, que voltou a garantir que todos os ucranianos serão bem recebidos no país: "As igrejas de Portugal estão convosco. O povo português está convosco. Estais em vossa casa, os que já cá estais e outros que venham, é a vossa casa. Estamos na casa de todos e a paz acontecerá para todos de certeza".
No final da missa, em declarações aos jornalistas, a embaixadora voltou a saudar a ajuda humanitária que está a chegar à Ucrânia de todo o mundo e disse acreditar que o conflito ainda poderá acabar através do diálogo entre russos e ucranianos.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que, segundo as autoridades de Kiev, já fez mais de 2.000 mortos entre a população civil.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
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