Guterres pede uma pausa nos combates para criar corredores humanitários
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, classificou hoje de "absolutamente essencial" haver uma "pausa nos combates" para permitir a evacuação dos civis nas cidades atacadas pelo exército russo e o estabelecimento de corredores humanitários.
© Lusa
Mundo Guerra na Ucrânia
"É absolutamente essencial haver uma pausa nos combates na Ucrânia para permitir a passagem segura dos civis de Mariupol, Kharkiv e Sumi, bem como nos outros locais envolvidos nos conflitos e para garantir que os suprimentos humanitários que salvam vidas possam entrar para quem ficar", escreveu o secretário-geral da ONU numa mensagem no Twitter.
O apelo de Guterres surge pouco depois de se ter ficado a conhecer o fracasso da segunda tentativa de evacuação dos civis de Mariupol, devido a ataques russos, segundo fontes oficiais russas.
"A segunda tentativa de corredor humanitário para civis em Mariupol terminou novamente devido a bombardeamentos dos russos", assinalou o assessor do Ministério do Interior ucraniano, Antón Gerashchenko.
O município de Mariupol apenas deu conta de que os autocarros tinham saído de Zaporizhia rumo à cidade para recolher os civis que querem deixar a cidade estratégica às margens do Mar de Azov.
Anteriormente, a autarquia anunciara uma nova tentativa de evacuação entre as 12:00, hora local (10:00 em Portugal) e as 21:00 (19:00), depois de na véspera a abertura de um corredor humanitário acordada com a Rússia ter sido frustrada devido aos contínuos combates na zona e ao incumprimento do cessar-fogo temporário de que ambas as partes se acusaram mutuamente.
A evacuação da população da cidade, de 450 mil habitantes, foi planeada para acontecer em três pontos por autocarros municipais e, seguindo o traçado previsto e em coluna, por transportes privados.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que, segundo as autoridades de Kiev, já fez mais de 2.000 mortos entre a população civil.
Os ataques provocaram também a fuga de mais de 1,5 milhões de pessoas para os países vizinhos, de acordo com a ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
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