Ucrânia: Rússia ausente de audiência no tribunal da ONU sobre a invasão
A Rússia esteve ausente hoje na abertura de uma audiência no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), num processo iniciado pela Ucrânia, que solicita ao tribunal da ONU que ordene Moscovo a parar a sua invasão militar.
© Getty Images
Mundo Ucrânia/Rússia
"O tribunal lamenta a ausência da Federação Russa durante estes procedimentos", disse Joan Donoghue, juíza-presidente do TIJ, indicando que já havia sido notificada dessa ausência pelo embaixador russo nos Países Baixos, onde está localizada a sede do tribunal.
A audiência prosseguiu sem a delegação russa e os representantes da Ucrânia apresentaram hoje os seus argumentos. A Rússia teria a oportunidade de responder na terça-feira às alegações realizadas pelos ucranianos.
Um dos representantes de Kiev pediu hoje ao tribunal das Nações Unidas que ordene à Rússia que interrompa a sua devastadora invasão à Ucrânia.
"A Rússia deve ser travada e o tribunal tem um papel a desempenhar para a impedir", declarou o representante ucraniano Anton Korynevych aos juízes do Tribunal Internacional de Justiça.
O responsável ucraniano lamentou que a Rússia, em vez de participar na audiência, esteja "no campo de batalha, travando uma guerra agressiva" contra o seu país.
"É assim que a Rússia resolve os seus diferendos", adiantou.
O TIJ tem uma "responsabilidade de agir", salientou Anton Korynevych. "A Rússia precisa de ser parada e o tribunal tem um papel a desempenhar para a impedir".
As audiências do TIJ, no Palácio da Paz, em Haia, devem durar dois dias e a decisão sobre o pedido da Ucrânia é esperada em breve, embora isso não signifique que a Rússia cumpra qualquer ordem que este tribunal possa determinar.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que, segundo as autoridades de Kiev, já fez mais de 2.000 mortos entre a população civil.
Os ataques provocaram também a fuga de mais de 1,5 milhões de pessoas para os países vizinhos, de acordo com a ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
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