O incidente ocorreu durante uma conferência de imprensa do líder do partido Liga na estação de comboios de Przemysl, onde chegaram dezenas de milhares de refugiados desde que o Presidente russo, Vladimir Putin, ordenou a invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro.
Wojciech Bakun tirou uma 't-shirt' do casaco, semelhante às usadas por Salvini, em que se via a cara de Putin e as palavras "Exército da Rússia".
O presidente da câmara de Przemysl convidou Salvini a vestir a 't-shirt' para o levar a visitar um centro de refugiados na cidade.
"Para ver o que o seu amigo Putin fez", disse o autarca polaco, citado pela agência norte-americana Associated Press (AP).
Salvini interrompeu Bakun para dizer que estava a "ajudar refugiados -- crianças, mães, pais -- da Ucrânia" e abandonou a sala em seguida.
O líder da Liga elogiou Putin no passado, considerando-o como "um dos melhores estadistas" do mundo, mas negou sempre ter recebido dinheiro do regime russo.
A Polónia recebeu mais de metade dos dois milhões de refugiados que fugiram da guerra na Ucrânia em 13 dias de combates.
Trata-se da crise de refugiados com um crescimento mais rápido na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).
O chefe do ACNUR, Filippo Grandi, lembrou hoje que as guerras na Bósnia e Kosovo, na década de 1990, também causaram "dois ou três milhões" de refugiados na Europa, "mas ao longo de um período de oito anos", e não em poucos dias, como a presente guerra na Ucrânia.
Grandi disse que outras regiões do mundo já viveram situações de um rápido crescimento do número de refugiados, "mas na Europa é a primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial".
O chefe da agência da ONU para os refugiados alertou também que as pessoas que têm fugido da Ucrânia têm "alguns recursos" e ligações em vários países, mas a Europa pode vir a confrontar-se com situações mais dramáticas se a guerra continuar.
"É possível que (...) comecemos a ver pessoas sem recursos ou ligações, e será um problema mais difícil para os países europeus. Haverá necessidade de mais solidariedade por parte de todos na Europa e fora dela", disse.
A invasão russa tem sido condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas contra Moscovo.
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