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Polaco confronta líder da extrema-direita italiana com ligações a Putin

O presidente da câmara da cidade polaca de Przemysl, na fronteira com a Ucrânia, confrontou hoje publicamente o líder italiano de extrema-direita Matteo Salvini com as suas posições pró-Moscovo e chamou-lhe "amigo de Putin".

Polaco confronta líder da extrema-direita italiana com ligações a Putin
Notícias ao Minuto

16:30 - 08/03/22 por Lusa

Mundo Ucrânia

O incidente ocorreu durante uma conferência de imprensa do líder do partido Liga na estação de comboios de Przemysl, onde chegaram dezenas de milhares de refugiados desde que o Presidente russo, Vladimir Putin, ordenou a invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro.

Wojciech Bakun tirou uma 't-shirt' do casaco, semelhante às usadas por Salvini, em que se via a cara de Putin e as palavras "Exército da Rússia".

O presidente da câmara de Przemysl convidou Salvini a vestir a 't-shirt' para o levar a visitar um centro de refugiados na cidade.

"Para ver o que o seu amigo Putin fez", disse o autarca polaco, citado pela agência norte-americana Associated Press (AP).

Salvini interrompeu Bakun para dizer que estava a "ajudar refugiados -- crianças, mães, pais -- da Ucrânia" e abandonou a sala em seguida.

O líder da Liga elogiou Putin no passado, considerando-o como "um dos melhores estadistas" do mundo, mas negou sempre ter recebido dinheiro do regime russo.

A Polónia recebeu mais de metade dos dois milhões de refugiados que fugiram da guerra na Ucrânia em 13 dias de combates.

Trata-se da crise de refugiados com um crescimento mais rápido na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).

O chefe do ACNUR, Filippo Grandi, lembrou hoje que as guerras na Bósnia e Kosovo, na década de 1990, também causaram "dois ou três milhões" de refugiados na Europa, "mas ao longo de um período de oito anos", e não em poucos dias, como a presente guerra na Ucrânia.

Grandi disse que outras regiões do mundo já viveram situações de um rápido crescimento do número de refugiados, "mas na Europa é a primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial".

O chefe da agência da ONU para os refugiados alertou também que as pessoas que têm fugido da Ucrânia têm "alguns recursos" e ligações em vários países, mas a Europa pode vir a confrontar-se com situações mais dramáticas se a guerra continuar.

"É possível que (...) comecemos a ver pessoas sem recursos ou ligações, e será um problema mais difícil para os países europeus. Haverá necessidade de mais solidariedade por parte de todos na Europa e fora dela", disse.

A invasão russa tem sido condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas contra Moscovo.

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