"As minas antipessoais colocadas pelo exército da Federação Russa na região de Chernihiv são proibidas" pelo direito internacional, sublinhou Liudmyla Denisova, acrescentando que "o uso deste tipo de armas contra a população civil é considerado um crime contra a humanidade".
Os civis estavam em carros atingidos pela explosão. Os adultos morreram no local e as crianças foram hospitalizadas, adiantou.
Testemunhas disseram que as minas estavam "na calçada debaixo de palha e lixo", de acordo com Denisova, citada pela agência de notícias France-Presse.
Chernihiv, uma das localidades estratégicas a norte de Kyiv, perto da fronteira com a Bielorrússia, país aliado da Rússia, tem sido bombardeada nos últimos dias pela aviação russa, segundo as autoridades locais.
A Amnistia Internacional denunciou o uso de munições de fragmentação na Ucrânia em 28 de fevereiro, dizendo que este facto deveria ser investigado como "crime de guerra".
Estes dispositivos podem conter várias dezenas de pequenas bombas que se dispersam por um grande perímetro. Nem todas explodem no impacto e algumas transformam-se em minas antipessoais que, ao mínimo contacto, podem explodir matando e mutilando mesmo muito tempo depois do fim dos conflitos.
Um outro caso envolvendo uma criança foi relatado hoje pelo autarca de Mariupol: uma menina de seis anos que morreu de desidratação sob as ruínas da sua casa destruída, onde a mãe também foi encontrada morta, na cidade atualmente sitiada pelo exército russo.
"Esta é apenas uma das muitas histórias que acontecem em Mariupol, que enfrenta um bloqueio há oito dias", escreveu o autarca, Vadim Boychenko, na página da autarquia na rede Telegram.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, também se referiu à morte da criança num vídeo divulgado hoje de manhã, apelando mais uma vez aos países ocidentais para que ajudem a Ucrânia na sua luta contra a Rússia.
Cerca de 300.000 civis estão retidos na cidade portuária de Mariupol, que está privada de água, comida e eletricidade, e onde a ajuda humanitária não consegue chegar.
Várias tentativas de evacuação falharam nos últimos dias, com ambos os lados a culparem-se mutuamente.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 406 mortos e mais de 800 feridos entre a população civil e provocou a fuga de mais de dois milhões de pessoas para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
Leia Também: Justiça espanhola decide investigar delitos graves na agressão russa