Depois de ser conhecido o anúncio que o nacionalista Mário Machado fez na sua conta na aplicação Telegram de que iria participar no conflito juntamente com outras vinte pessoas, no que designou "Operação Ucrânia1143", a diplomata confessou não saber o número de portugueses que responderam ao apelo do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, sobre estrangeiros que quisessem lutar ao lado das forças ucranianas.
"O presidente ucraniano apelou aos cidadãos de outros países para participarem na defesa do nosso país. Existe um site na Ucrânia onde as pessoas que desejam participar podem usar esta informação e conectar-se com as pessoas na Ucrânia. Não tenho informação sobre os números dos participantes da parte de Portugal", disse a embaixadora em entrevista à Agência Lusa, notando que a embaixada se limitou a divulgar a informação relativa à Legião Internacional.
"Não tenho tal informação e gostaria também de obter mais informações sobre a posição da Ucrânia e dos movimentos [neonazis] que existem aqui, mas não tenho informação sobre as forças de extrema-direita que gostariam de participar no exército ucraniano", adiantou.
A embaixadora da Ucrânia em Portugal rejeitou taxativamente a teoria defendida pelo presidente russo, Vladimir Putin, de uma suposta necessidade de "desnazificação" da sociedade ucraniana e reforçou que essa "ideologia" está presente entre as tropas russas.
"Esta informação sobre neonazis e fascistas é a linguagem de Putin. Ele disse que na Ucrânia há muitos nazis e fascistas, mas podemos ver, realmente, que os nazis e fascistas vivem na Rússia, como os militares que participam agora na guerra contra a Ucrânia. Os russos que chegam à Ucrânia para matar ucranianos, como civis e crianças que viviam em paz e que não são nazis... Esta ideologia pertence não à Ucrânia, mas à Rússia", sentenciou.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 406 mortos e mais de 800 feridos entre a população civil e provocou a fuga de mais de dois milhões de pessoas para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
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