"Estamos muito próximos de um acordo", mas "preocupam-nos os riscos que os atrasos adicionais representam para essa possibilidade" de o concluir, afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros francês em comunicado.
À medida que as declarações otimistas aumentavam, sugerindo que um acordo em Viena estava iminente, a Rússia, atingida pelas sanções ocidentais após a sua invasão da Ucrânia, exigiu garantias dos Estados Unidos de que as medidas de retaliação contra Moscovo não afetariam a sua cooperação com o Irão.
Pedidos já considerados "fora de questão" pelo chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, que disse, no domingo, que "as sanções adotadas contra a Rússia não têm nada a ver com o acordo nuclear iraniano".
"Com os nossos parceiros europeus, apelamos a todas as partes para que adotem uma abordagem responsável e tomem as decisões necessárias para a conclusão deste acordo", disse o ministério francês no comunicado, aludindo, sem mencionar, à Rússia e talvez também aos Estados Unidos.
Concluído pelo Irão, por um lado, e pelos Estados Unidos, China, França, Reino Unido, Rússia e Alemanha, por outro, o acordo de 2015 e que agora se tenta reavivar, visa impedir o Irão de conseguir obter a bomba atómica, apesar de este país sempre ter negado essa intenção.
O acordo permitiu o levantamento das sanções económicas internacionais contra Teerão, em troca de limites rigorosos ao seu programa nuclear.
Os EUA retiraram-se unilateralmente do pacto, em 2018, sob a administração de Donald Trump, e restabeleceram medidas punitivas contra Teerão que, em resposta, deixou de cumprir as restrições às suas atividades nucleares com as quais se tinha comprometido.
De acordo com a agência noticiosa iraniana IRNA, o negociador chefe do Irão, Ali Bagheri, "viajará quarta-feira de manhã para Viena", sede da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), onde se encontram as outras delegações, "para continuar as conversações".
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