Putin "estava completamente errado". Sanções "vão devastar" a Rússia

Anders Aslund, economista, explica que “antes de invadir a Ucrânia, o Putin pensava que as sanções ocidentais tinham pouco impacto e que o Ocidente faria pouco no futuro”, mas “estava completamente errado em ambos os casos”.

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© Ali Atmaca/Anadolu Agency/Getty Images

Márcia Guímaro Rodrigues
09/03/2022 09:31 ‧ 09/03/2022 por Márcia Guímaro Rodrigues

Mundo

Guerra na Ucrânia

O economista sueco Anders Aslund, ex-membro senior do Atlantic Council, considerou que a ameaça de sanções à Rússia em caso de invasão da Ucrânia “falhou porque o Ocidente nunca foi credível” e, por isso, o presidente russo, Vladimir Putin, pensou que as mesmas teriam “pouco impacto”. 

“A ameaça de sanções à Rússia falhou como dissuasão porque o Ocidente nunca foi credível. Políticos ocidentais falaram sobre ‘sanções infernais’ com muita frequência, mas nunca fizeram nada. Putin concluiu que nada aconteceria”, começou por explicar na rede social Twitter. 

Segundo Anders Aslund, o produto interno bruto (PIB) da Rússia desceu cerca de 2,5% todos os anos entre 2014 e 2020, apesar de “Putin e os seus banqueiros” alegarem que as sanções impostas em 2014 - na sequência da anexação da península da Crimeia - foram “ineficazes”. “Ninguém quis saber da verdade, mas o PIB da Rússia não cresceu durante sete anos”, frisou.

Então, na ótica do economista, “antes de invadir a Ucrânia, o Putin pensava que as sanções ocidentais tinham pouco impacto e que o Ocidente faria pouco no futuro”, mas “estava completamente errado em ambos os casos”.

“O Ocidente, especialmente a Europa, ficou chocado com a estupidez, criminalidade e crueldade [de Putin] e fez de tudo”, acrescentou.

A “estupidez ou crueldade” de Putin “desencadearam sanções ocidentais piores do que as do Irão ou da Venezuela”, mas a Rússia “é muito mais vulnerável por depender de dois terços das suas exportações”, nomeadamente o petróleo e o gás.

A título de exemplo, a Venezuela “altamente corrupta” teve os maiores declínios no PIB entre 2016 e 2020. “Tragicamente para a Venezuela, este desastre não acabou com o governo Maduro. Governantes muito maus podem durar muito tempo”, afirmou.

Já o Irão “beneficiou muito do seu acordo nuclear com um salto de 13% do PIB em 2016”. Mas as “severas” sanções do então presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump, reduziram o PIB do país em 6% em 2018 e 7% em 2019, provando que “as sanções funcionam”. 

Para o economista, “se Putin tivesse algum senso e capacidade analítica”, conseguiria “fazer três conclusões”: as sanções ocidentais “vão devastar” a Rússia; a devastação pode ser evitada se se "retirar da Ucrânia"; o Ocidente “mantém-se firme” e não acreditará nas “mentiras”. Mas alerta que outros líderes totalitários também já destruíram os seus países e “persistiram”. 

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