"Desde 24 de fevereiro, em 13 dias, mais de 20.000 cidadãos russos cruzaram a fronteira da Geórgia", disse Vakhtang Gomelauri à imprensa, depois de uma reunião com deputados no Parlamento georgiano.
Gomelauri acrescentou que "o Ministério do Interior da Geórgia, juntamente com o Serviço de Segurança do Estado, está a trabalhar ativamente para impedir que entrem no país possíveis sabotadores".
Nesse sentido, o ministro sublinhou que "neste momento, mais de cem cidadãos russos foram impedidos de entrar na fronteira da Geórgia por vários motivos".
Gomelauri enfatizou que "os controlos fronteiriços ficaram mais rígidos devido à situação na Ucrânia".
Entre as questões discutidas com os deputados, Gomelauri indicou que foi abordada a segurança dos oleodutos que ligam o Azerbaijão à Turquia através da Geórgia, através dos quais petróleo e gás são transportados para a Turquia e Europa a partir do Mar Cáspio.
A Geórgia e a Rússia romperam relações diplomáticas durante a guerra de 2008, após a qual a Rússia passou a ocupar 20% do território georgiano e reconheceu a independência da Abecásia e da Ossétia do Sul.
Essas duas autoproclamadas repúblicas separatistas foram posteriormente reconhecidas também pela Nicarágua, Venezuela, Nauru e Síria.
A Rússia e a Geórgia mantêm, no entanto, laços económicos e humanitários.
Em 2012, o então Presidente da Geórgia, Mikhail Saakashvili, eliminou o regime de vistos para cidadãos russos, que desde então podem permanecer na Geórgia durante 360 dias após terem atravessado a fronteira.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que, segundo os mais recentes dados da ONU, fez pelo menos 406 mortos e mais de 800 feridos entre a população civil e causou a fuga de mais de dois milhões de pessoas para os países vizinhos.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que está a responder com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e financeiras a Moscovo.
O Presidente russo, Vladimir Putin, justificou a "operação militar especial" na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo necessário.
Leia Também: Rússia denuncia "guerra económica" declarada pelos Estados Unidos