"Estimativas muito preliminares que fizemos (...) mostram que o valor dos ativos que já perdemos, que foram destruídos [pela Rússia] é de cerca de 100 mil mihões de dólares (cerca de 91 mil milhões de euros)", disse Ustenko.
No entanto, o assessor admitiu que o sistema financeiro ucraniano está em boa situação, "dadas as circunstâncias atuais", exemplificando com o facto de o país ter "uma taxa de câmbio mais ou menos estável".
"Cerca de 50% dos nossos negócios deixaram de funcionar e os que ainda funcionam não estão com 100% da capacidade", esclareceu Ustenko.
O conselheiro do Presidente Volodymyr Zelensky também sublinhou que a Ucrânia está a atravessar "um verdadeiro desastre", muito "mais grave do que qualquer um de nós poderia imaginar", lembrando que ainda está por vir um enorme trabalho de reconstrução do país, no fim deste conflito.
A comunidade internacional já se mobilizou para ajudar a Ucrânia, mas especialistas recordam que a significativa ajuda financeira disponibilizada nunca compensará as perdas.
Oleg Ustenko reiterou o apelo aos países ocidentais, especialmente os europeus, para que cortem o acesso de Moscovo ao "dinheiro de sangue", boicotando o petróleo e o gás natural russos.
"Os europeus continuam a pagar a esse monstro para matar o nosso povo, gente inocente", lamentou o assessor.
Ustenko agradeceu aos Estados Unidos por interromper as importações de petróleo russo e disse esperar que Washington também ajude a criar um "fundo de recuperação" para a Ucrânia.
O assessor também sugeriu o uso dos cerca de 300 mil milhões de dólares (cerca de 275 mil milhões de euros) de reservas do Banco Central da Rússia congelados após as sanções ocidentais, bem como os fundos apreendidos aos oligarcas aliados do Presidente Vladimir Putin, para ajudar financeiramente a Ucrânia na sua futura reconstrução.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que, segundo as autoridades de Kyiv, já fez mais de 2.000 mortos entre a população civil.
Os ataques provocaram também a fuga de cerca de dois milhões de pessoas para os países vizinhos, de acordo com a ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
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