Agência de Energia Atómica prepara acordo para segurança nuclear

A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) revelou hoje que está a preparar propostas concretas para enviar nas próximas horas à Rússia e Ucrânia, para um acordo que garanta a segurança nuclear em território ucraniano invadido por forças russas.

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Lusa
10/03/2022 21:05 ‧ 10/03/2022 por Lusa

Mundo

Ucrânia

"Estamos numa situação terrível e precisamos de agir rapidamente", alertou o diretor-geral desta agência, Rafael Grossi, em declarações no aeroporto de Viena à chegada da Turquia, onde os ministros dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Lavrov, e da Ucrânia, Dmytro Kuleba, mantiveram hoje uma reunião.

Segundo Rafael Grossi, as duas partes estão "disponíveis" para trabalharem com a agência, que tem vindo a alertar, desde o início do conflito na Ucrânia, para o perigo que enfrentam as instalações nucleares.

"Precisamos de um acordo para fortalecer a segurança das instalações [nucleares] no país", salientou o diretor-geral da AIEA, antecipando novas reuniões com representantes da Ucrânia e Rússia num futuro próximo.

A AIEA denunciou na quarta-feira o corte repentino na transmissão remota de dados dos seus sistemas de vigilância nas centrais nucleares ucranianas de Chernobyl e Zaporizhzhia, ambas controladas pelas forças militares russas.

Quanto à situação das centrais nucleares operacionais, o regulador nuclear da Ucrânia revelou à AIEA que oito dos 15 reatores do país ainda estão a operar, incluindo dois dos seis em Zaporizhzhia, sendo que todos estão com níveis normais de radiação.

Zaporizhzhia é a maior central nuclear da Europa e na semana passada foi alvo de ataques pelas forças russas, que controlam agora a instalação.

O regulador nuclear ucraniano informou também a AIEA que o transformador da unidade 6 em Zaporizhzhia está fora de serviço para reparações urgentes, após terem sido detetados danos no seu sistema de refrigeração, como resultado de combates militares na central.

"Temos uma situação em degradação que nos preocupa, porque estamos gradualmente a perder um número considerável de informações", alertou hoje Grossi.

Segundo o responsável, o corte na transmissão remota de dados dos seus sistemas de vigilância naquelas centrais nucleares ucranianas ainda não foi restaurado.

A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 516 mortos e mais de 900 feridos entre a população civil e provocou a fuga de mais de 2,1 milhões de pessoas para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.

Leia Também: Centrais nucleares controladas pelos russos deixaram de transmitir dados

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