A flotilha russa, que incluía contratorpedeiros da classe Udaloy, foi detetada por aviões de vigilância das Forças de Autodefesa do Japão na quinta-feira, a cerca de 180 quilómetros do Cabo Erimo, na ilha de Hokkaido.
Os navios russos cruzaram o Estreito de Tsugaru, com menos de 19 quilómetros de largura e que separa a ilha de Honshu, a maior do arquipélago japonês, e a de Hokkaido, em águas não territoriais, por serem consideradas uma passagem marítima internacional.
O ministro da Defesa japonês, Nobuo Kishi, descreveu como "preocupante" a "ativação das atividades militares russas no Japão enquanto [Moscovo] está a invadir a Ucrânia".
Kishi garantiu que o Japão "monitoriza cuidadosamente" os movimentos dos navios russos e acrescentou que Tóquio transmitiu a sua "preocupação" a Moscovo, através dos canais diplomáticos.
O Ministério da Defesa japonês já tinha manifestado a sua preocupação, nos últimos meses, com a intensificação das manobras militares russas e chinesas à volta do arquipélago japonês, antes da guerra na Ucrânia.
As mais recentes manobras russas ocorreram perto do arquipélago das Curilas do Sul (apelidado Territórios do Norte, no Japão) pertencente à Rússia e cuja soberania é reivindicada por Tóquio.
A disputa por esses territórios é o principal obstáculo para a não assinatura de um acordo de paz entre os dois países desde o fim da Segunda Guerra Mundial.
Na aplicação de sanções contra a Rússia, por causa da invasão da Ucrânia, o Japão juntou-se ao G7 e à UE, o que já provocou ameaças de Moscovo contra Tóquio.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 549 mortos e mais de 950 feridos entre a população civil e provocou a fuga de 4,5 milhões de pessoas, entre as quais 2,5 milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
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