Ucrânia. ONU diz desconhecer "programa de armas biológicas" na Ucrânia

A Organização das Nações Unidas desconhece qualquer "programa de armas biológicas" na Ucrânia, disse hoje a chefe de desarmamento da ONU numa reunião do Conselho de Segurança convocada pela Rússia.

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Lusa
11/03/2022 18:04 ‧ 11/03/2022 por Lusa

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"As Nações Unidas não estão cientes de nenhum programa de armas biológicas. Isso deve-se em grande parte à Convenção de Armas Biológicas de 1972, que proíbe o desenvolvimento, produção, aquisição, transferência, armazenamento e uso de produtos biológicos e tóxicos como armas", disse Izumi Nakamitsu.

"A Federação Russa e a Ucrânia são ambos Estados membros da Convenção. Além disso, a Federação Russa é um Governo Depositário ao abrigo da Convenção", acrescentou a responsável pelos Assuntos de Desarmamento.

O Conselho de Segurança da ONU reuniu-se hoje de urgência a pedido de Moscovo, para debater a alegada fabricação de armas biológicas na Ucrânia.

A Rússia acusou na quinta-feira os Estados Unidos de financiarem investigações sobre o desenvolvimento de armas biológicas na Ucrânia, que foi invadida pela Rússia a 24 de fevereiro.

Tanto Washington quanto Kiev negaram as acusações, com os Estados Unidos a declarar que poderá ser Moscovo a utilizar armas químicas em breve.

Izumi Nakamitsu alertou, por outro lado, para a crescente possibilidade de um acidente nas centrais nucleares ucranianas.

"Gostaria de aproveitar esta oportunidade para abordar a preocupante questão da segurança das centrais nucleares na Ucrânia. Um acidente envolvendo as instalações nucleares na Ucrânia pode ter graves consequências para a saúde pública e o ambiente e devem ser tomadas todas as medidas para o evitar", apelou.

"A possibilidade de um acidente causado por falhas no reator, fornecimento de energia ou a incapacidade de fornecer manutenção regular está a crescer a cada dia", assinalou Izumi Nakamitsu.

A Rússia lançou a 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 549 mortos e mais de 950 feridos entre a população civil e provocou a fuga de 4,5 milhões de pessoas, entre as quais 2,5 milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.

Leia Também: Moscovo acusa Pentágono de financiar pesquisas sobre armas biológicas

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