"Os jornalistas têm um papel fundamental em informar sobre os conflitos e nunca devem ser um alvo. Apelo ao respeito pelas normas humanitárias internacionais, para que jornalistas e trabalhadores dos media sejam protegidos", afirmou hoje a diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay, em comunicado.
O jornalista e realizador Brent Renaud e o fotógrafo norte-americano Juan Arredondo foram hoje atingidos, quando seguiam numa viatura na cidade de Irpin, a oeste de Kiev.
A morte de Brent Renaud, 50 anos, foi confirmada pela polícia de Kiev, culpando as tropas russas.
Juan Arredondo sofreu ferimentos e foi hospitalizado, tendo explicado, num vídeo difundido pelo Parlamento ucraniano, que a viatura onde seguiam foi atingida por disparos depois de terem atravessado um posto de controlo.
De acordo com a revista Time, Brent Renaud estava na Ucrânia a trabalhar para um projeto da Time Studios sobre a crise global de refugiados.
Anteriormente, chegou a ser noticiado que Brent Renaud morreu ao serviço do New York Times, tendo a informação sido desmentida pelo diário norte-americano, escrecendo que o jornalista apenas foi um antigo colaborador.
Já hoje a organização Repórteres Sem Fronteiras tinha pedido uma investigação para esclarecer as circunstâncias da morte de Brent Renaud, sublinhando que "num cenário de guerra os jornalistas não podem ser um alvo", enquanto o Comité para a Proteção dos Jornalistas afirmou que o ataque sobre os dois repórteres viola a lei internacional.
O governo dos Estados Unidos prometeu aplicar "consequências apropriadas" e está em contacto com as autoridades ucranianas para obter mais informações sobre o incidente.
A Rússia lançou a 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 564 mortos e mais de 982 feridos entre a população civil e provocou a fuga de cerca de 4,5 milhões de pessoas, entre as quais 2,5 milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
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