A bolha de repressão em que vivem os russos é cada vez mais evidente. As autoridades russas detêm qualquer pessoa por se manifestar, mesmo que nem sequer façam referência à Ucrânia.
Duas mulheres foram detidas na Rússia por se manifestarem, ainda que os cartazes exibidos estivessem em branco ou apenas com isto escrito: "duas palavras".
No primeiro caso, uma mulher foi detida por exibir um cartaz em branco na cidade de Nizhny Novgorod. As imagens de vários polícias a cercarem a mulher foram partilhadas nas redes sociais.
Police in Nizhny Novgorod arrested a demonstrator today for protesting with a blank sign. Welcome to Russia in 2022. pic.twitter.com/YprwDqex8V
— Kevin Rothrock (@KevinRothrock) March 12, 2022
No segundo caso, uma mulher foi detida menos de três segundos depois de exibir uma pequena folha branca que dizia apenas "duas palavras".
Nas imagens, um grupo de polícias fortemente blindados, e armados, cerca e agarra a mulher apenas por ter exibido aquela folha. A situação aconteceu na Praça Manezhnaya, em Moscovo.
Woman in Moscow just holds up a sign that says, “Two Words” in Russian. Watch what happens. From @EvaHartog pic.twitter.com/IeMDvJLbhp
— Ron Filipkowski 🇺🇦 (@RonFilipkowski) March 13, 2022
Ambos os casos não são inéditos. A repressão no país é cada vez maior e há já milhares de detidos por se manifestarem contra a guerra na Ucrânia.
Só no domingo, dia 13 de março, mais de 800 pessoas foram detidas, na Rússia, por participarem nos protestos contra a invasão militar à Ucrânia, de acordo com dados da organização não governamental (ONG) russa OVD-Info.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 564 mortos e mais de 982 feridos entre a população civil e provocou a fuga de cerca de 4,5 milhões de pessoas, entre as quais 2,5 milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
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