França vendeu à Rússia material de guerra depois da ocupação da Crimeia

A França vendeu à Federação Russa material militar entre 2015 e 2020, portanto depois da aplicação das sanções europeias decorrentes da ocupação da Crimeia, alegando com o cumprimento de contratos anteriores, revelou o sítio noticioso Disclose.

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Lusa
14/03/2022 23:12 ‧ 14/03/2022 por Lusa

Mundo

Ucrânia

"Segundo documentos classificados, obtidos pelo Disclose, e informações em fontes abertas, a França cumpriu pelo menos 76 licenças de exportação de material de guerra à Federação Russa desde 2015", revelou hoje este meio.

"O montante total destes contratos foi de 152 milhões de euros, como indica o mais recente relatório ao parlamento sobre exportações de armamento", especificou o Disclose, que já por várias vezes publicou informações sobre venda de armas pela França.

"A França cumpre estritamente os seus compromissos internacionais, designadamente o tratado sobre vendas de armas e a posição comum da União Europeia" (UE), reagiu na rede social Twitter o porta-voz do Ministério das Forças Armadas, Hervé Grandjean.

Desde a anexação da Crimeia pela Federação Russa em 2014 que a UE impõe um embargo às vendas de armas, mas a França continuou a vendê-las, argumentando com o cumprimento de contratos assinados antes desta data.

"A França permitiu a execução de alguns contratos assinados depois de 2014, ao abrigo de uma cláusula que permite que um contrato concluído antes da anexação da Crimeia podia chegar ao seu termo, e as entregas de equipamento comprado antes de julho de 2014 podem continuar. Esta possibilidade está claramente prevista pelo regime de sanções aplicado à Federação Russa desde 2014", segundo Grandjean.

Entre o material fornecido estão câmaras térmicas para equipar os blindados, segundo Disclose, que acrescenta que este material pode ser utilizado contra as forças ucranianas.

Ainda segundo este meio, a França também vendeu à força aérea russa sistemas de navegação e de imagem para helicópteros.

Leia Também: Apple voltou a considerar a Crimeia como parte da Ucrânia

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