EUA garantem ter "várias rotas" para a entrega de assistência a Kyiv
Os Estados Unidos garantiram esta segunda-feira que têm "várias rotas" para a entrega de assistência militar à Ucrânia e asseguraram que o recente ataque das forças russas à base militar ucraniana de Yavoriv, perto da Polónia, não terá impacto.
© Reuters
Mundo Ucrânia
Segundo o Departamento de Defesa norte-americano (Pentágono), o ataque à base militar a 25 quilómetros da fronteira com a Polónia não será "um ponto de viragem" no conflito, iniciado pela Rússia a 24 de fevereiro.
O porta-voz do Pentágono, John Kirby, descartou, durante uma conferência de imprensa, que o bombardeamento russo à base militar de Yavoriv e a outras infraestruturas semelhantes leve a uma mudança na situação.
"Claramente os russos estão a expandir alguns dos seus alvos, isso é óbvio", apontou Kirby, realçando que as forças russas estão frustradas com a forte resistência ucraniana e a falta de progresso no terreno.
Os Estados Unidos confirmaram ainda que não havia militares ou civis norte-americanos na base ucraniana alvo de ataque.
A base militar de Yavoriv -- que se encontra a menos de 25 quilómetros da fronteira com a Polónia, membro da NATO -- foi bombardeada pela Rússia no domingo, tendo feito, segundo as autoridades ucranianas, pelo menos 35 mortos e 134 feridos.
Nos últimos anos, esta base serviu como campo de treino para as forças ucranianas sob a supervisão de instrutores estrangeiros, principalmente norte-americanos e canadianos.
O porta-voz do Pentágono destacou que, de acordo com os dados que os norte-americanos dispõem, o ataque foi realizado com mísseis de cruzeiro disparados por bombardeiros russos de longo alcance, desde o espaço aéreo russo.
Sem pretender dar detalhes, Kirby acrescentou que nenhuma das rotas para levar assistência militar para a Ucrânia foi afetada.
"Digo apenas que temos várias rotas para levar assistência de segurança às mãos dos ucranianos", assegurou.
John Kirby esclareceu também que os EUA vão continuar a entregar ajuda aos ucranianos o mais rápido possível e da "forma mais eficiente e eficaz".
"Há várias maneiras de fazer isso", frisou.
O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, autorizou no sábado o uso de 200 milhões de dólares (cerca de 182 milhões de euros) para ajudar a Ucrânia com armamento e equipamento militar para se defender contra a invasão das tropas russas.
Com estes 200 milhões de dólares adicionais, o montante total fornecido pelos norte-americanos em ajuda militar à Ucrânia este ano é agora de 1.200 milhões de dólares (cerca de 1.100 milhões de euros).
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky voltou a instar hoje a NATO a estabelecer uma zona de exclusão aérea sobre a Ucrânia, apelo já rejeitado pela Aliança Atlântica em várias ocasiões, por receio de poder resultar na escalada do conflito.
O porta-voz do Pentágono, John Kirby, defendeu esta segunda-feira que o espaço aéreo ucraniano continua a ser "contestado" e que a Rússia não tem superioridade aérea sobre a Ucrânia graças a uma "defesa hábil" por parte de Kyiv.
À procura de continuar a recolher apoio internacional, Volodymyr Zelensky discursará virtualmente perante o parlamento canadiano esta terça-feira e nas duas câmaras do Congresso norte-americano, na quarta-feira.
A Rússia lançou a 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 564 mortos e mais de 982 feridos entre a população civil e provocou a fuga de cerca de 4,5 milhões de pessoas, entre as quais 2,5 milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
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