A jornalista Marina Ovsyannikova, que invadiu a emissão de uma televisão russa - a Channel One, onde era editora - surgiu esta terça-feira em tribunal com o advogado Anton Gashinsky.
Uma fotografia de ambos foi partilhada na rede social Telegram e consequentemente repartilhada no Twitter.
Марина Овсянникова в Останкинском районом суде. С ней адвокат Антон Гашинский. pic.twitter.com/b1wPyy4BJ1
— Соболь Любовь (@SobolLubov) March 15, 2022
Recorde-se que o The Telegraph tinha noticiado esta terça-feira que o paradeiro da jornalista era desconhecido, sustentando a notícia com a organização não governamental (ONG) russa OVD-Info, que confirmava não saber onde estava Marina detida.
Antes da invasão à emissão russa, na qual Marina acusou o canal de se aliar à propaganda do Kremlin não dizendo a verdade aos russos, a jornalista gravou um vídeo.
Nessa gravação, a jornalista disse que o que estava a acontecer na Ucrânia era "crime" e disse ter vergonha de trabalhar para um canal - Channel One - que chamou de propaganda do Kremlin.
"Estou envergonhada por ter me permitido contar mentiras na tela da televisão. Envergonhada por ter permitido que russos fossem transformados em zombies", detalhou.
Marina pode ser acusada do crime de desacreditar as forças armadas russas cuja condenação pode chegar aos 15 anos, indicou a Agência de Notícias Russa TASS, citando uma fonte de aplicação da lei
O Channel One, onde Marina era editora, é transmitido em toda a Rússia e segue a tese do Kremlin de que Moscovo foi forçado a agir na Ucrânia para desmilitarizar e "desnazificar" o país numa "operação militar especial".
[Notícia atualizada às 14h29]
Leia Também: Kremlin acusa jornalista de vandalismo, mas não revela o seu paradeiro