Novas sanções comprometem capacidade da Rússia financiar a guerra

O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, assegurou hoje em Tirana que o quarto pacote de sanções contra a Rússia aprovado pela União Europeia ajudará a "paralisar" a capacidade de Moscovo de "financiar a ocupação da Ucrânia".

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Lusa
15/03/2022 16:39 ‧ 15/03/2022 por Lusa

Mundo

Ucrânia/Rússia

Numa conferência de imprensa conjunta com o primeiro-ministro albanês, Edi Rama, no decurso de um périplo por diversos países balcânicos, Borrell assinalou que as novas sanções "contribuirão para aumentar a pressão económica sobre o Kremlin, paralisar a sua própria base logística e a capacidade de financiar a ocupação da Ucrânia".

Segundo afirmou, os bombardeamentos de cidades, como Mariupol, têm por objetivo "destruir e esvaziar" a Ucrânia, pelo facto de o exército russo se mostrar incapaz de invadir a totalidade do país. "Estão a bombardear para destruir cidades como fizeram em Alepo, na Síria, e Grozni, na Chechénia", acrescentou.

Perante a "uma enorme crise humanitária", Borrell disse ser necessário "isolar a Rússia através de sanções e ajudar os povos que nos estão a apoiar".

"As medidas que estamos a adotar afetarão o comércio russo, o acesso aos mercados, a sua participação em várias instituições financeiras, as criptoriquezas e as exportações de bens. Colocámos como prioridade os setores críticos da economia, como aço e a energia", explicou o alto representante para a política externa e de segurança da UE.

O dirigente europeu assinalou neste novo pacote também serão acrescentadas mais pessoas à lista dos sancionados. "Já temos 800 pessoas e empresas que desempenham um papel ativo no apoio à camarilha de Putin, que tentam destruir a soberania da Ucrânia. Este é outro grande e forte golpe contra Putin", frisou.

Nas suas declarações, o primeiro-ministro albanês solicitou a Bruxelas que inclua os Balcãs ocidentais num eventual plano de ajudas económicas aos cidadãos da UE que se confrontem com um aumento dos preços devido à guerra na Ucrânia.

"É indispensável que se elabore um plano para ajudar os países a enfrentarem a crise energética, a pior parte da crise, e outras consequências da guerra, que não exclua os Balcãs ocidentais, como fizeram com o primeiro programa de distribuição das vacinas" contra a covid-19, sustentou Edi Rama.

Os dois responsáveis também afirmaram que o aumento do preço dos combustíveis e dos alimentos é consequência da guerra na Ucrânia e não das sanções impostas à Rússia pela UE, Estados Unidos e outros países.

Borrell e Rama também admitiam que a abertura das negociações de adesão à UE da Albânia e Macedónia do Norte decorra no decurso da presidência semestral francesa da União, que termina no final de junho.

O chefe da diplomacia europeia também manifestou preocupação pela influência russa nos Balcãs, apesar de considerar "não constituir nada de novo".

Leia Também: "Não admito culpa", diz em tribunal jornalista que protestou na TV russa

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