Um membro da banda Kalush Orchestra - apontada como a favorita a vencer a 66.ª edição do Festival Eurovisão da Canção - encontra-se na linha da frente a lutar pela Ucrânia face à invasão russa.
A revelação foi feita pelo vocalista da banda, Oleh Psiuk, num comunicado, citado pela estação estatal ucraniana Suspilne. “A Eurovisão é muito importante para nós, mas a vida da nossa família e amigos é ainda mais importante”, começou por afirmar.
“Então, por agora, estamos a fazer tudo o que é possível pelo nosso país. Um membro da nossa banda está a lutar na defesa territorial de Kyiv. Eu estabeleci uma organização de voluntários. Estamos a ajudar pessoas a encontrar acomodação, a saírem, a encontrarem medicamentos”, acrescentou.
Frisando que a Ucrânia está “unida ao máximo”, o cantor apelou a que o “problema” do país seja falado. “Antes, parecia tão longínquo quando eu via filmes de guerra na televisão, mas agora não o é. Quando acordas com explosões e não sabes se a tua namorada ainda está viva, tu entendes que está tudo muito perto e não devia acontecer em 2022. Quero pedir a cada pessoa que está registada nas redes sociais, que vá lá fora e fale sobre isto”, afirmou.
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Além da divulgação de informação, o artista pediu ainda - à semelhança do governo ucraniano - o encerramento do espaço aéreo do país. “Vamos tornar o mundo pacífico em 2022”, apelou.
Esta terça-feira, o grupo anunciou que não irá participar presencialmente no Festival da Eurovisão, que se realiza entre os dias 10 e 14 de maio, em Itália, se a Ucrânia ainda estiver a ser invadida. Em vez disso, irá gravar antecipadamente a atuação a partir de um “local seguro”.
“Apesar da luta, os Kalush Orchestra vão gravar a sua atuação num local seguro, que será depois enviada para a organização do concurso de música. E, se vencermos os nossos invasores até maio, a nossa delegação irá até Itália e cantará ao vivo em toda a Europa”, lia-se em comunicado.
A banda foi escolhida para representar a Ucrânia no maior concurso de música do mundo após a cantora Alinha Pash, que vencera a final nacional Vidbir, desistir da sua participação. Em causa esteve uma viagem não autorizada da cantora à Crimeia em 2015, depois da anexação do território por parte da Rússia.
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