A França considerará a Rússia responsável por qualquer tipo de utilização de armas químicas ou bacteriológicas no contexto da guerra na Ucrânia, disse esta terça-feira o ministro francês dos Negócios Estrangeiros Jean-Yves Le Drian, em declarações ao jornal Le Parisien.
"Se ataques químicos ou bacteriológicos ocorrerem na Ucrânia, saberíamos quem seria o único responsável por eles. Seria a Rússia", diz Le Drian, que garante ainda que o recurso a armas não convencionais resultaria em sanções adicionais contra Moscovo.
"A utilização de meios não convencionais constituiria uma escalada intolerável e conduziria a sanções económicas absolutamente massivas e radicais, sem tabus", explica o responsável pela pasta dos Negócios Estrangeiros de França - que, no entanto, se recusou a desenvolver a natureza das sanções que poderiam ser aplicadas em tais circunstâncias.
Estas declarações foram proferidas depois de Jens Stoltenberg, secretário-geral da NATO, em declarações ao jornal alemão Welt am Sonntag, ter alertado para a possibilidade dos russos utilizarem armas químicas nas investidas no terreno e que tal medida seria considerada um crime de guerra.
Numa outra temática, Le Drian afirma que a Rússia tem apenas estado a fingir negociar com a Ucrânia, no âmbito das conversações de paz que têm decorrido entre ambos os países nos últimos dias. "Há apenas uma emergência: o cessar-fogo. [...] É apenas nesta base que se pode negociar, porque não se negoceia com uma arma na cabeça", concluiu o ministro.
Leia Também: "Tolerância zero" face a crimes contra crianças na Ucrânia, garante TPI