Segundo o Ministério da Defesa britânico, citado pela agência noticiosa Efe, a ofensiva russa regista pouco avanços e obriga Moscovo a reforçar os seus soldados na Ucrânia e substituir os mortos em combate, apesar de, na perspetiva do Kremlin, a resistência ucraniana face à "operação militar especial" da Rússia estar de acordo com o previsto.
"A Rússia está a redistribuir forças desde lugares tão distantes como o seu Distrito Militar Oriental (Sibéria), a Frota do Pacífico e a Arménia. Também procura cada vez mais explorar fontes irregulares, como companhias militares privadas, mercenários sírios e outros", afirma Londres.
O porta-voz do Ministério da Defesa russo, Igor Konashenkov, assegurou que "hoje o avanço foi de dez quilómetros" e disse que as forças russas assumiram o controlo de Novamayorske e Prechistovka, no leste ucraniano.
O Ministério da Defesa russo não mencionou no seu último boletim militar a região de Kharkiv, onde em Merefa terão sido mortas 21 pessoas e outras 25 feridas num ataque com artilharia pesada, segundo o gabinete da procuradoria regional.
De acordo com a Rada suprema (parlamento ucraniano), para além de o "maior mercado da Europa" estar em chamas em Kharkiv, pelo menos seis pessoas morreram num outro ataque, segundo o presidente do município, Vyacheslav Zadorenko.
Por sua vez, o deputado ucraniano Sergiy Taruta indicou que Mariupol, cidade com 450.000 habitantes junto ao mar de Azov, está cercada há 16 dias por cerca de 12.000 a 14.000 soldados russos.
No território separatista georgiano da Ossétia do Sul, reconhecido pelo Kremlin, um dos seus dirigentes, Eduard Kokoiti, também anunciou o envio para a Ucrânia de voluntários "que estão fortemente motivados e vão vingar-se dos nossos irmãos", indicou.
Segundo os serviços de informações ucranianos, na terça-feira foram enviados cerca de 150 mercenários sírios para a Rússia, para integrarem a designada "operação militar especial".
Em paralelo, prosseguem os esforços internacionais para garantir um cessar-fogo na Ucrânia, apesar de Moscovo ter hoje rejeitado a medida cautelar imposta pelo Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), que exige a imediata suspensão da operação militar.
De acordo com a agência da ONU para os refugiados (ACNUR), cerca de 3.16 milhões de ucranianos já abandonaram o país desde 24 de fevereiro.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 780 mortos e 1.252 feridos, incluindo algumas dezenas de crianças, e provocou a fuga de cerca de 5,2 milhões de pessoas, entre as quais mais de 3,1 milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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