"O acesso à educação é muito maior se a 'porta da frente da escola estiver aberta' (...) Os doadores devem encontrar formas de convencer os talibãs a respeitarem os direitos das raparigas e das mulheres à educação", refere um comunicado da diretora adjunta para os direitos das mulheres da Human Rights Watch, Heather Barr, que acompanha o relatório "Afeganistão - Apoio à Educação das Raparigas".
As escolas para as estudantes afegãs devem reabrir esta semana, no Afeganistão, país que se encontra sob o regime dos talibãs desde agosto do ano passado.
No mesmo documento divulgado hoje, a organização denunciou "vários obstáculos" que as raparigas afegãs enfrentam todos os dias e que se juntam "à vigilância e à intimidação dos talibãs nas escolas e à falta de professores".
A organização de defesa dos direitos humanos com sede nos Estados Unidos pede aos doadores internacionais que não permitam ajudas em "áreas onde as autoridades (talibãs) proíbem que as mulheres e as raparigas assistam às aulas, nas escolas".
A Human Rights Watch recomendou aos doadores - principal fonte de financiamento do sistema educativo afegão - que examinem a situação das escolas e províncias e apoiem apenas os estabelecimentos de ensino onde as alunas já foram aceites como fazendo parte das turmas.
A organização não-governamental pede também apoio aos ativistas de todas as comunidades que lutam pelo direito de todos à educação e que atendem aos dois géneros em regime de igualdade.
A petição da Human Rights Watch é publicada depois de o governo de Cabul ter anunciado a reabertura das escolas a partir da próxima quarta-feira no Afeganistão.
As raparigas estão excluídas da educação no ensino secundário desde o passado mês de agosto.
A suspensão da educação para raparigas tem sido fortemente criticada pela Human Rights Watch.
Apesar do acesso das raparigas afegãs à escola primária estar autorizado, o ensino secundário e superior foi suspenso após a tomada de Cabul pelas forças talibãs, pondo fim a 20 anos de guerra contra as forças internacionais, lideradas pelos Estados Unidos, que invadiram o país.
No mês de fevereiro, as forças no poder reabriram as universidades tendo permitido o acesso às alunas apesar de durante horários diferentes dos estudantes do sexo masculino.
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