Apesar de algum progresso, o primeiro-ministro israelita, Naftali Bennett, disse esta segunda-feira que “ainda há um longo caminho a percorrer” no que toca a resolução do conflito entre a Ucrânia e a Rússia, devido a divergências entre ambos os lados.
“Ainda há um longo caminho a percorrer, porque há várias questões em disputa, algumas delas substanciais”, referiu, segundo a transcrição de um discurso divulgado pelo seu gabinete.
No entanto, o responsável assegurou que Israel, “com outros aliados do mundo, continuará a tentar fechar o fosso e a colocar um ponto final na guerra”.
Recorde-se que Naftali Bennett tentou lançar uma mediação entre a Ucrânia e a Rússia e, pouco depois do início da invasão, deslocou-se a Moscovo para um encontro com o presidente russo, Vladimir Putin, e multiplicou os contactos telefónicos com Zelensky.
“O primeiro-ministro israelita, Naftali Bennett, está a tentar encontrar um caminho para as negociações com a Rússia (...) Talvez em Jerusalém. É um lugar para encontrar a paz. Se for possível", afirmou Volodymyr Zelensky, presidente ucraniano num vídeo publicado na plataforma Telegram.
De acordo com os órgãos de comunicação social israelitas, Bennett rejeitou, em várias ocasiões, os pedidos de assistência militar de Kyiv. Ainda assim, procurando manter-se neutro, o Estado hebreu não aderiu às sanções ocidentais contra Moscovo e empresários considerados próximos de Putin, incluindo alguns que têm também a nacionalidade israelita.
Na semana passada, Israel impediu Moscovo e os oligarcas visados "de contornar" as sanções e vai criar, esta semana, uma clínica no oeste da Ucrânia. Presente na partida da delegação de ajuda humanitária, esta manhã de segunda-feira, o primeiro-ministro realçou que Israel tem “estendido a mão à Ucrânia há já várias semanas, desde o primeiro momento, em várias formas”, incluindo o envio de material médico e o acolhimento de refugiados.
A Rússia lançou uma ofensiva militar na Ucrânia, a 24 de fevereiro, que causou pelo menos 902 mortos e 1.459 feridos entre a população civil, incluindo mais de 170 crianças, e provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, entre as quais mais de 3,3 milhões para os países vizinhos, indicam os mais recentes dados da ONU.
Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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