Ministro grego quer ir "pessoalmente" a Mariupol com missão humanitária
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Grécia, Nikos Dendias, anunciou hoje que decidiu "acompanhar pessoalmente" uma missão de ajuda humanitária a Mariupol, no sudeste da Ucrânia.
© Getty Images
Mundo Ucrânia/Rússia
"Vou pedir hoje, por meio de uma nota oficial ao lado ucraniano, que facilite, e ao lado russo, que não impeça o envio de ajuda humanitária a Mariupol. Eu pretendo acompanhar pessoalmente esta ajuda em coordenação com o presidente do Comité Internacional da Cruz Vermelha, Peter Maurer, com quem já estamos em contacto", disse Dendias aos meios de comunicação gregos, em Atenas.
Cerca de 150.000 ucranianos de etnia grega residem em Mariupol, no sudeste da Ucrânia, muitos dos quais vivem lá há séculos, mas mantêm a língua materna, bem como as suas tradições.
"A Grécia vai continuar a estar presente na região. Numa região onde o elemento grego está enraizado há séculos", sublinhou Dendias, acrescentando que o Governo grego vai também criar um grupo especial em Bucareste, na Roménia, para a coordenação e receção de membros dessa minoria de Mariupol.
O ministro fez estas declarações durante um encontro com o cônsul-geral da Grécia em Mariupol, Manolis Andrulakis, que foi o último diplomata europeu a deixar esta cidade, onde permaneceu até terça-feira passada para ajudar a minoria grega na região.
Andrulakis chegou em segurança a Atenas no domingo e, ao falar à imprensa, disse esperar que "ninguém tenha de ver" o que viu em Mariupol.
Mariupol "passará a fazer parte da lista de cidades que foram completamente destruídas por uma guerra, como Guernica, Estalinegrado, Grozny ou Aleppo", declarou Andrulakis.
Dendias também anunciou nesta reunião que Manolis Andrulakis receberá uma medalha de honra, assim como o cônsul-geral da Grécia em Odessa, Dimitris Dojtis, e Franguiskos Kostelenos, enviado especial do Ministério dos Negócios Estrangeiros grego em Mariupol e que liderou as duas operações de retirada de cidadãos e membros da minoria grega destas cidades.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 925 mortos e 1.496 feridos entre a população civil, incluindo mais de 170 crianças, e provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, entre as quais 3,48 milhões para os países vizinhos, indicam os mais recentes dados da ONU.
Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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