"No Dia Mundial da Água, continuamos chocados que uma das muitas táticas hediondas do ataque russo à Ucrânia seja o uso da água como arma de guerra", realçaram, em comunicado conjunto, o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, e o Comissário Europeu para o Meio Ambiente, Virginijus Sinkevicius.
Segundo estes responsáveis europeus, as forças russas estão a "cortar deliberadamente o acesso da população à água potável, utilizando a ameaça de desidratação para forçar a rendição da cidade e negando o acesso às necessidades mais básicas" em Mariupol cidade portuária, no sudeste da Ucrânia.
"A agressão injustificada e não provocada da Rússia contra a Ucrânia mostra como é crucial conter os impactos ambientais do conflito e evitar a apropriação e superexploração dos recursos hídricos", alertaram, citados pela agência EFE.
Borrell e Sinkevicius apontaram ainda que, à medida que a água de boa qualidade se torna mais escassa, a "falta de tratamento de águas residuais e o número crescente de bombardeamentos em infraestruturas civis, como ataques a indústrias químicas, criam riscos adicionais e pioram ainda mais a qualidade da água doce".
"Cada gota conta. Água potável e saneamento são direitos humanos essenciais", vincaram, pedindo à Rússia que respeite os corredores humanitários e permita a retirada da população civil "para outras partes da Ucrânia".
Na nota de imprensa os responsáveis também exigiram a Moscovo que "permita com urgência" a chegada de assistência humanitária à Ucrânia e o fim imediato das ações militares.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 953 mortos e 1.557 feridos entre a população civil, incluindo mais de 180 crianças, e provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, entre as quais 3,53 milhões para os países vizinhos, indicam os mais recentes dados da ONU.
Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
Leia Também: Ucrânia: Oligarca Usmanov diz que conseguiu contornar as sanções