Líderes ucranianos acusaram a Rússia de reter 15 equipas de resgate e motoristas de um comboio humanitário que tentava levar alimentos e outras provisões necessárias para a cidade portuária de Mariupol, que também sofreu um ataque naval após semanas de ataques aéreos e por terra.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, estimou que 100 mil civis permanecem em Mariupol, que se tornou palco de uma das maiores devastações no cenário de guerra, à medida que a Rússia continua a pressionar. Quem conseguiu sair descreve uma cidade em ruínas.
"Bombardearam-nos nos últimos 20 dias", disse Viktoria Totsen, que fugiu para o Polónia, citada pela Associated Press. "Durante os últimos cinco dias, os aviões sobrevoavam-nos a cada cinco segundos e jogavam bombas em todo o lado – em prédios residenciais, jardins de infância, escolas de arte, em todo o lado".
Zelensky acusou, na terça-feira, em vídeo, as forças russas de bloquear o comboio humanitário, apesar de terem concordado com a rota com antecedência. “Estamos a tentar organizar corredores humanitários estáveis para os moradores de Mariupol, mas quase todas as nossas tentativas, infelizmente, são frustradas pelos ocupantes russos, por bombardeios ou terror deliberado”, acrescentou.
A Cruz Vermelha confirmou que um comboio de ajuda humanitária que tentava chegar à cidade não conseguiu entrar. A comboio tentava prestar assistência quando os navios da marinha russa se juntaram ao que foram semanas de ataques aéreos e terrestres russos em Mariupol, disseram autoridades dos EUA.
Recorde-se que o presidente dos EUA, Joe Biden, deve participar numa cimeira de emergência da NATO, na quinta-feira, sobre a invasão da Rússia e a postura cada vez mais hostil em relação ao ocidente, onde membros da NATO e outros aliados europeus estão a fortalecer as suas defesas.
Biden vai viajar para Bruxelas e para a Polónia, que já recebeu mais de 2 milhões de refugiados ucranianos desde 24 de fevereiro quando a invasão começou. É esperado que procure união entre os aliados do ocidente e que anuncie mais sanções que prejudiquem a economia russa.
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