Na sequência de estarem a chegar a Portugal farmacêuticos refugiado, a OF contactou o Ministério da Saúde sobre o processo de acolhimento e integração.
"Tivemos já contactos com o Ministério da Saúde no sentido de perceber o que é que podemos fazer para o acolhimento desses colegas e, quer o nosso governo quer a União Europeia. têm vindo a discutir formas de preparar essa integração porque todo o processo de reconhecimento de habilitações de profissionais extracomunitários é um processo complexo", disse Hélder Mota Filipe.
O bastonário defendeu que esta "situação urgente" exige um conjunto de mecanismos que permitam agilizar e adaptar a situação.
Para agilizar a situação, a OF realizou na terça-feira uma reunião com mais de 20 farmacêuticos ucranianos a exercer em Portugal, em vários pontos do país e em diferentes áreas de atividade, para poder adquirir "um conjunto de informação que seja relevante" para a preparação dos que chegam.
"O que estamos a propor neste momento é que esses colegas possam iniciar o mais depressa possível a sua integração como profissionais, tendo em consideração as especificidades próprias desta situação", disse Hélder Mota Filipe.
O objetivo é terem "uma prática profissional tutelada" para que possam exercer um conjunto de atos que não ponham em causa a qualidade da sua prestação, uma vez que não dominam a língua portuguesa.
"Os atos de contacto com os doentes, com os utentes, numa primeira fase não os poderão fazer, mas de qualquer maneira acho que conseguimos criar aqui uma solução equilibrada de acolhimento e integração destes profissionais neste período transitório de crise que lhes permite continuar a trabalhar", salientou
Também foi pedido aos profissionais ucranianos que dessem conhecimento dos farmacêuticos que vão chegando com o estatuto de refugiado. "Isto é um programa que tem que ser aplicado a todo o território nacional porque as pessoas estão a chegar aos locais onde têm acolhimento familiar", referiu.
Outra preocupação da OF é ajudar a nível dos medicamentos os refugiados que chegam com doenças e necessidades terapêuticas, porque há o problema da língua, de tradução e de equivalência de medicamentos que estão habituados a usar e que tem que ter os seus equivalentes em Portugal identificados.
Também neste caso foi pedida ajuda aos farmacêuticos de ascendência ucraniana que exercem em Portugal, que manifestaram "abertura total" para poderem colaborar com a ordem e "para tornar fácil e sem erros a transposição da terapêutica ucraniana para a realidade portuguesa".
Hélder Mota Filipe adiantou ainda que já recebeu contactos de empresas das diferentes áreas farmacêuticas interessadas em integrar os farmacêuticos ucranianos.
Portugal aceitou até hoje 19.619 pedidos de proteção temporária a pessoas chegadas da Ucrânia em consequência da situação de guerra, segundo a última atualização feita à Lusa pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).
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