Tal exigência "constitui uma rutura de contrato", declarou o ministro da Economia alemão, Robert Habeck, numa conferência de imprensa em Berlim.
"Vamos agora discutir com os nossos parceiros europeus sobre a forma de responder a esta exigência", acrescentou.
Putin anunciou, esta quarta-feira, que a Rússia não aceitará mais pagamentos em dólares ou euros pelo fornecimento de gás à UE, dando uma semana às autoridades russas para organizarem o novo sistema em rublos.
O Presidente russo explicou que se tratava de uma reação ao congelamento de bens da Rússia no Ocidente por causa da sua ofensiva na Ucrânia.
A Alemanha está particularmente dependente do gás russo, que representa cerca de 55% das suas importações de gás.
E, apesar da invasão da Ucrânia por Moscovo, o gás russo continua a fluir em direção à UE, que se recusa a impor um embargo, como fizeram os Estados Unidos e o Reino Unido.
Berlim está, contudo, a tentar reduzir rapidamente a sua dependência obtendo outros fornecedores.
O Governo alemão irá, em particular, acelerar a construção de terminais de gás natural liquefeito (GNL) com vista à importação do mesmo.
Além disso, a Alemanha acabou de assinar um acordo com o Qatar, grande exportador de GNL, para um "abastecimento a longo prazo", numa visita de Habeck a esse país do Golfo Pérsico no passado fim de semana.
A ofensiva militar lançada na madrugada de 24 de março pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de dez milhões de pessoas, mais de 3,6 milhões das quais para os países vizinhos, de acordo com os mais recentes dados da ONU - a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.
A guerra na Ucrânia, que entrou hoje no 28.º dia, causou um número ainda por determinar de mortos civis e militares e, embora admitindo que "os números reais são consideravelmente mais elevados", a organização confirmou hoje pelo menos 977 mortos e 1.594 feridos entre a população civil, incluindo mais de 170 crianças.
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