Novas imagens de ‘drone’ divulgadas pelo Stratcom Centre UA, do Ministério da Cultura e Informação Política da Ucrânia, dão um vislumbre do cenário de destruição em Mariupol, cidade portuária que tem sofrido constantes bombardeamentos às mãos das forças russas.
“A devastação de Mariupol tem de ser vista para se acreditar. Uma cidade que antes era pacífica está em ruínas – tudo porque a Rússia lançou uma guerra sem qualquer provocação, com dimensões genocidas”, acusou o organismo, na rede social Twitter.
No vídeo, ao qual pode aceder na galeria acima, é possível ver-se vários edifícios em ruínas, assim como nuvens de fumo.
Na quinta-feira, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Oleg Nikolenko, apontou que milhares de residentes de Mariupol estão a ser “deportados à força” para a Rússia, acusando o país de ter transitado para um “novo patamar de terror”. A autarquia, por sua vez, denunciou que mais de 15 mil residentes foram “ilegalmente deportados” para a Rússia desde que esta assumiu controlo de algumas zonas da cidade portuária.
Já na quarta-feira, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, revelou que "quase 100 mil pessoas em condições desumanas" estão presas nas ruínas de Mariupol, "sob cerco total, sem comida, sem água, sem medicamentos, sob constantes bombardeamentos".
Recorde-se que a cidade portuária é um ponto estratégico para os interesses de Moscovo, sendo que a sua ocupação permitiria às tropas russas ligar as regiões de Donbass com a península da Crimeia. Também deixaria a Ucrânia sem um porto no Mar de Azov, permitindo que a Rússia aumentasse a sua ofensiva a partir do sul do país. Assim, através de um corredor terrestre entre Donbass e a Crimeia, seria mais fácil para a Rússia mover tropas e bens de e para a península anexada, uma vez que a Crimeia só está ligada à Rússia através de uma ponte.
O dia de ontem, 24 de março, marcou um mês desde o início da ofensiva militar russa na Ucrânia, que causou, entre a população civil, pelo menos 1.035 mortos, incluindo 90 crianças e 1.650 feridos, dos quais 118 são menores, e provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, entre as quais 3,70 milhões para os países vizinhos, segundo os dados mais recentes da Organização das Nações Unidas (ONU).
Cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia, diz a ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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