O bombardeamento russo da semana passada sobre um teatro em Mariupol, onde centenas de pessoas estavam abrigadas, resultou em cerca de 300 mortes, informou esta sexta-feira a Câmara Municipal de Mariupol.
"Infelizmente, começamos este dia com más notícias", pode ler-se numa declaração assinada pela autarquia, aqui citada pela Sky News.
"Testemunhas oculares relataram que cerca de 300 pessoas morreram no Teatro Dramático de Mariupol em resultado do bombardeamento por um avião russo", prossegue a referida fonte.
"Até ao último momento, quisemos acreditar que todos tinham conseguido escapar. Mas as palavras daqueles que estavam dentro do edifício na altura deste ato terrorista comprovam o contrário", informa ainda a declaração.
Lembre-se que o incidente provocou muita revolta internacional, depois de terem surgido imagens que mostravam que a palavra "crianças" tinha sido escrita no exterior do teatro, para alertar as forças russas sobre a sua presença no interior do edifício.
Na passada quarta-feira, dia 16 de março, as forças russas bombardearam um teatro da cidade portuária de Mariupol. O edifício ficou reduzido a escombros, numa altura em que, de acordo com o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, estavam "refugiados centenas de civis inocentes".
Mariupol, uma estratégica cidade portuária ucraniana na costa do mar interior de Azov, localizada entre a península da Crimeia (anexada pela Rússia em 2014) e o leste separatista do Donbass, está cercada pelas tropas russas há várias semanas, já que a sua conquista é um objetivo prioritário da Rússia.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou, entre a população civil, pelo menos 1.035 mortos, incluindo 90 crianças, e 1.650 feridos, dos quais 118 são menores, e provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, entre as quais 3,70 milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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