Kyiv pede à UE bloqueio total de transportes com Rússia, Finlândia acede

A Ucrânia contactou oficialmente a Comissão Europeia (CE) para pedir o bloqueio total das rotas de transporte com a Rússia, alegando que as empresas russas encontram formas de contornar as sanções e continuar a operar noutros países.

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Lusa
25/03/2022 14:38 ‧ 25/03/2022 por Lusa

Mundo

Rússia/Ucrânia

"O Ministério das Infraestruturas da Ucrânia enviou um pedido oficial à Comissão Europeia com propostas para aumentar a pressão económica sobre a Rússia e a Bielorrússia", refere um comunicado do ministério divulgado hoje pela agência ucraniana Unian.

As empresas russas encontram formas alternativas e continuam, apesar das sanções, a conduzir operações noutros países. Por isso, o Governo ucraniano pede à União Europeia (UE) o bloqueio total das ligações terrestres e marítimas com a Rússia e a Bielorrússia, através do território comunitário e para além das suas fronteiras.

O comunicado sublinha que "estas medidas são necessárias para privar o país agressor de bens de dupla utilização que podem ser utilizados para fins militares".

Um passo nesse sentido foi dado hoje pela Finlândia, onde a companhia ferroviária nacional anunciou a interrupção do tráfego na linha entre São Petersburgo e Helsínquia.

O último comboio "Allegro" vindo da Rússia deverá chegar à capital finlandesa no domingo, informou o operador nacional VR.

Apesar das sanções europeias contra Moscovo após a invasão da Ucrânia e do encerramento da maioria das rotas aéreas e terrestres, esta ligação ferroviária tinha sido mantida para permitir que cidadãos finlandeses ou russos -- as únicas nacionalidades autorizadas a embarcar -- deixassem a Rússia.

"Até agora, mantivemos o serviço 'Allegro', segundo as recomendações oficiais, para garantir o regresso dos finlandeses à Finlândia", disse Topi Simola, vice-presidente da VR, em comunicado, mas o Governo finlandês considera que decorreu tempo suficiente e que "operar o serviço já não é adequado" tendo em conta as sanções contra a Rússia.

Os comboios, lotados nas primeiras semanas após a invasão da Ucrânia com 700 passageiros por dia, têm nos últimos dias taxas de ocupação mais normais, da ordem dos 60%, segundo a empresa.

Embora não haja dados oficiais, as estimativas indicam que milhares de russos deixaram o seu país após a invasão, especialmente para a Turquia, e a Finlândia era também uma rota frequentemente utilizada.

Uma ligação ferroviária com 100 comboios por mês liga o enclave russo de Kaliningrado ao resto da Rússia através do território da UE (Lituânia), mas os cidadãos russos em trânsito não podem sair quando os comboios param em Vilnius.

A Rússia lançou, na madrugada de 24 de fevereiro, uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou, entre a população civil, mais de 1.000 mortos, incluindo 90 crianças, e mais de 1.500 feridos, dos quais 118 são menores.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

Leia Também: AO MINUTO: "Guerra total" à Rússia; Expulsão do G20 "não será mortal"

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