Joe Biden terminou a sua visita à Polónia, depois de reunir com ministros do governo ucraniano. Depois de ter elogiado o esforço humanitário da Polónia no acolhimento de refugiados, Biden citou no seu discurso, em Varsóvia, o Papa João Paulo II, que nasceu em Cracóvia, e fez uma referência à "batalha da liberdade" na Cortina de Ferro e na resistência em Berlim, durante a Guerra Fria.
O presidente dos Estados Unidos da América considera que a guerra na Ucrânia é também "uma batalha entre a liberdade e a repressão, entre a democracia e a autocracia", mas alertou que a guerra será longa e "não será vencida em dias, nem sequer em meses".
As referências à luta contra o comunismo soviético nos países do Leste europeu foram constantes, com o líder dos Estados Unidos da América a afirmar que os ataques do regime russo à liberdade de expressão ecoam esses tempos do século XX.
"A Rússia estrangulou a democracia", rematou Joe Biden.
Vladimir Putin tem justificado a invasão na Ucrânia com o propósito de "desnazificar" o país, que considera ser um berço de ideologias nazis. No entanto, apesar de afirmar que não estão a ser alvejadas zonas residenciais, a verdade é que a guerra tem atingido maioritariamente a população civil ucraniana, com várias acusações de crimes de guerra contra os russos nos tribunais internacionais.
Biden voltou a vincar que a NATO é uma aliança defensiva, mas classificou a justificação de Putin como "obscena": "Sob falsos argumentos de solidariedade étnica, ele invalidou as nações vizinhas. Putin tem a lata de dizer que está a desnazificar a Ucrânia, mas isso é uma mentira, é cínico - e ele sabe disso."
Mencionou ainda a descendência judaica do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, e deixou claro que os EUA ajudarão o povo ucraniano. "Estamos convosco, ponto."
"O povo russo não é nosso inimigo: não são vocês que matam inocentes e bombardeiam hospitais e escolas. Isto não são ações de pessoas de bem. Os americanos estão convosco, com o povo da Ucrânia que quer a paz", afirmou.
Aviso à navegação russa: não atacar "nem um centímetro" da NATO
O líder americano também deixou um aviso que tem vindo a ser repetido pelo secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, sobre as ameaças russas a países da NATO na região.
Biden deixou claro que as tropas russas não devem entrar "nem um centímetro" em território da NATO, ou enfrentarão "rápidos e dolorosos custos".
Em mais uma referência ao passado malsucedido da União Soviética, Joe Biden afirmou que Putin "não é um grande estudante de história", por ter tornado nesta guerra um "falhanço estratégico da Rússia".
"Por amor de Deus, este homem não pode ficar no poder", apelou.
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