A vice-primeira-ministra ucraniana Iryna Vereshchuk acusou a Rússia de cometer atos "irresponsáveis" e potencialmente perigosos em torno da central eléctrica ocupada de Chernobyl.
O local - onde teve lugar o pior acidente nuclear do mundo - foi tomado pouco depois de a Rússia ter invadido a Ucrânia a 24 de fevereiro.
Vereshchuk acusou a Rússia de "militarizar" o local e de transportar armas antiga mal conservadas perto dele e fez um pedido à ONU para que envie uma missão internacional ao local, para avaliar os riscos.
Numa publicação na sua conta na rede social Telegram, Iryna Vereshchuk acusou também as tropas russas de impedirem os bombeiros de combater uma série de incêndios na área. "É impossível controlar e extinguir completamente os incêndios devido à captura da zona de exclusão pelas forças de ocupação russas", escreveu a vice-primeira-ministra.
"No contexto da segurança nuclear, as ações irresponsáveis e não profissionais dos militares russos representam uma ameaça muito séria não só para a Ucrânia mas para centenas de milhões de europeus", disse.
“Os ocupantes russos transportam todos os dias dezenas de toneladas de foguetes, cartuchos e munições de morteiro. Centenas de toneladas de munições estão a ser armazenadas na cidade vizinha de Pripyat Chernobyl, que fica também a uma curta distância da central nuclear", acrescentou.
Uma das maiores preocupações neste momento é exatamente não haver informações seguras sobre o que se está a passar no local. Assim, a governante ucraniana apelou às Nações Unidas para que enviem uma missão de peritos.
Neste sábado, 26 de março, as autoridades ucranianas indicaram que o exército russo tomou o controlo de Slavutitch, cidade onde vive o pessoal da central nuclear de Chernobyl.
As forças russas detiveram momentaneamente o presidente da câmara local, o que desencadeou manifestações pró-ucranianas. "Fui libertado, está tudo bem, na medida em que é possível sob a ocupação", declarou, por telefone à agência de notícias France-Presse (AFP), Iuri Fomitchev.
A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) voltou a manifestar, no sábado, preocupação pela situação: "não há rotação de funcionários há quase uma semana", ou seja, desde 20 de março, na central, de acordo com um comunicado.
Durante cerca de quatro semanas, uma centena de técnicos ucranianos, que gerem as operações diárias no local, trabalhou sem descansar na central onde se encontram detritos radioativos.
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