"Estamos a acompanhar as declarações dos líderes de cada país da NATO sobre a sua intenção de fornecer aviões e sistemas de defesa aérea à Ucrânia", disse o ministro.
"Se o fizerem, responderemos adequadamente", acrescentou.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, tem pedido insistentemente ao Ocidente aviões de combate e tanques, adiantando que só pede 1% por cento do equipamento militar da Aliança Atlântica.
"O preço do atraso dos aviões são milhares de vidas ucranianas", disse Zelenski.
Mas o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, rejeitou a possibilidade de enviar aviões para a Ucrânia.
Shoigu reafirmou que o fornecimento de armas letais do Ocidente à Ucrânia é "irresponsável".
"O armamento descontrolado da população e dos mercenários está a exacerbar a situação e pode eventualmente criar uma ameaça aos próprios europeus", disse.
Afirmou também que a Rússia matou nas últimas duas semanas da campanha militar na Ucrânia "cerca de 600 mercenários estrangeiros", adiantando que "mais de 500 deixaram o país".
Shoigu, que elogiou o "grande profissionalismo, coragem e abnegação" dos militares russos na Ucrânia, reiterou que "as principais tarefas da primeira fase da operação militar especial foram concluídas", durante a qual, disse, "as Forças Armadas da Ucrânia sofreram danos significativos".
"Isto permite-nos concentrar a atenção e os esforços na consecução do objetivo principal: a libertação de Donbass", disse, embora a análise dos serviços secretos britânicos e norte-americanos ainda não tenha detetado quaisquer sinais de uma deslocação das tropas russas para leste.
Assegurou que "a supremacia do ar foi ganha" e que a força aérea e o sistema de defesa ucranianos "foram praticamente destruídos".
Segundo Shoigu, dos 152 aviões de combate das Forças Armadas Ucranianas antes do início da operação, 123 foram destruídos, bem como 77 dos 149 helicópteros e 152 dos 180 sistemas de defesa aérea de longo e médio alcance.
O ministro russo reafirmou ainda que "as forças navais do país deixaram de existir" e que todas as formações das forças de assalto terrestres e aéreas sofreram perdas significativas.
No meio das negociações entre as delegações russa e ucraniana hoje em Istambul, Shoigu assegurou que a ofensiva militar "continuará até que os objetivos estabelecidos sejam alcançados".
Indicou, por outro lado, que os novos recrutas que se juntarão ao serviço militar obrigatório na primavera não serão enviados para zonas de conflito.
A primeira chamada para o serviço militar para todos os homens de 18 anos terá início a 01 de abril na Rússia e terminará a 15 de julho, adiantou.
Shoigu disse ainda que todo o pessoal militar recrutado na primavera do ano passado será enviado para casa quando o seu período de serviço obrigatório expirar.
O ministro da defesa explicou que cerca de 134.000 russos terão de cumprir o serviço militar este ano, "menos do que em 2021".
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.151 civis, incluindo 103 crianças, e feriu 1.824, entre os quais 133 crianças, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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