Os soldados russos que saíram de Chernobyl terão sido envenenados por radiação após construírem trincheiras em zona de exclusão. A notícia foi avançada na quinta-feira e, hoje, o diretor-geral da central nuclear de Chernobyl revela ser "impossível" determinar a quantidade de radiação a que estas tropas estiveram expostas.
Num comunicado no Telegram da Energoatom - Empresa Nacional de Geração de Energia Nuclear da Ucrânia -, Valery Seida afirma que, apesar de não terem cavado "no território da própria estação", a poeira que a passagem dos veículos levantaram "pode ter entrado no corpo dos rashistas [junção de racistas e fascistas, um insulto ucraniano para as tropas russas] pelos pulmões".
O motivo pelo qual as tropas russas cavaram trincheiras na "Floresta Vermelha", uma área contaminada, não ficou claro, mas, indica a nota enviada por Seida, é possível que tenham recebido exposição significativa à radiação.
Já os funcionários que estiveram na estação durante este período "não receberam radiação, porque as pessoas trabalhavam, embora sob grande pressão, regularmente”, disse Seida.
As forças russas retiraram-se da central nuclear e do território de Chernobyl na quinta-feira, dia 31 de março, confirmou a Energoatom. Os soldados que abandonaram Chernobyl terão sido transportados para instalações médicas especiais na Bielorrússia, segundo avançou ontem o The Guardian.
Recorde-se que Chernobyl foi o cenário do maior desastre nuclear da história mundial. Apesar de mais de 35 anos volvidos, a cidade continua deserta e a radiação continua presente, sendo maior quanto mais perto se estiver da central nuclear.
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