Orbán acusa oposição húngara de fazer acordo de armamento com Kyiv

O primeiro-ministro húngaro, o ultranacionalista Viktor Orbán, acusou hoje a oposição de ter feito um "pacto" com a Ucrânia para entregar armas se vencer as eleições legislativas de domingo.

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Lusa
01/04/2022 20:37 ‧ 01/04/2022 por Lusa

Mundo

Ucrânia

"A esquerda fez um pacto com a Ucrânia. Se ganharem [as eleições] vão começar imediatamente os transportes de armas, cortar o gás e destruir a economia", assegurou numa mensagem na rede social Facebook.

A oposição, que luta para expulsar Orbán do poder depois de 12 anos de maiorias absolutas, acredita que o ultranacionalista procura mobilizar os seus eleitores pró-russos numa eleição renhida.

O primeiro-ministro húngaro é considerado o aliado mais próximo do Presidente russo, Vladimir Putin, na União Europeia, e a Hungria recusou-se a apoiar militarmente a Ucrânia e não permite sequer a passagem de armas para Kyiv pelo seu território.

O jornal digital Telex explicou que esta mensagem é sustentada pelo fato de nos últimos 10 anos os eleitores de Orbán e o seu governo terem apoiado a política de aproximação a Moscovo.

Muitos dos apoiantes do líder húngaro criticaram as condenações do governo e o distanciamento de Putin na sequência da invasão russa da Ucrânia.

"O fim da campanha [eleitoral] já é a propaganda russa a editar oficialmente a página de Viktor Orbán no Facebook", reagiu Péter Márki-Zay, o candidato de uma aliança entre seis partidos da oposição.

A poucos dias das eleições legislativas de domingo, a mensagem de Orbán pode ser dirigida a estes eleitores pró-russos e aos prejuízos económicos que a redução da compra de gás russo poderia causar.

Na quarta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros húngaro, Péter Szijjártó, acusou a Ucrânia de querer interferir nas eleições do país.

"A esquerda húngara está em constante coordenação com os representantes do governo ucraniano", afirmou, num vídeo difundido nas redes sociais sobre uma alegada tentativa de Kyiv de influenciar as eleições a favor da oposição.

Além disso, disse que "o Presidente ucraniano", Volodymyr Zelensky, "ataca constantemente a Hungria", numa referência às palavras recentes do ucraniano que apelou a Orbán para tomar uma posição mais clara sobre a guerra.

A Hungria vai realizar eleições legislativas no domingo, nas quais a oposição tem uma possibilidade real, pela primeira vez desde 2010, de vencer Orbán.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.276 civis, incluindo 115 crianças, e feriu 1.981, entre os quais 160 crianças, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.

Leia Também: Metsola defende em Kyiv "ir mais longe" nas sanções à Rússia

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