Abramovich é português devido a sefarditas de Hamburgo. Rabino desconhece
A Comunidade Judaica do Porto justificou a certificação da naturalização do oligarca russo com ligações à comunidade judaica sefardita de Hamburgo.
© Reuters
País Roman Abramovich
O rabino de Hamburgo, Shlomo Bistritzky, afirmou à SIC não ter conhecimento de qualquer ligação de Roman Abramovich à comunidade judaica sefardita da cidade. Recorde-se que foi atribuída cidadania portuguesa ao multimilionário, no ano passado, no âmbito da Lei da Nacionalidade para os judeus sefarditas, que foram expulsos da Península Ibérica durante a Inquisição medieval. A Comunidade Judaica do Porto justificou a certificação da naturalização com ligações do oligarca russo à comunidade alemã.
Questionado sobre se tinha conhecimento dos “antepassados da comunidade sefardita portuguesa” de Abramovich, o rabino afirmou que “não”. “Mais uma vez, nunca houve ninguém que tivesse feito pesquisa aqui sobre a família dele”, assegurou.
Sobre uma doação do multimilionário russo para a reabilitação do cemitério judaico de Altona, o rabino frisa que “não sabe” de tal doação e que “não conhece” Abramovich.
A estação de Paço de Arcos teve acesso aos documentos de naturalização do oligarca. Os mesmos ditam que quem tiver na família os nomes ‘Abramovich’ (filho de Adão) ou ‘Leibovich’ (filho de Leibe) pode solicitar a nacionalidade portuguesa.
O responsável por assinar os documentos de certificação foi o rabino Alexandre Boroda, presidente da Federação das Comunidades Judaicas da Rússia e elemento de um movimento que mantém ligações próximas com o presidente russo, Vladimir Putin.
À SIC, Boroda explicou que “conhece a família de Roman Abramovich há quase 30 anos. “Tenho ligações com os seus tios, com quem falei sobre as tradições familiares e vi a árvore genealógica. As ligações são por Hamburgo e as raízes da avó e do avô são da Lituânia. Existem tradições muito similares às dos judeus portugueses”, frisou.
Sublinhe-se que o rabino do Porto foi detido pela Judiciária, no início de março, por alegadas ilegalidades na emissão de certificados de nacionalidade para judeus sefarditas.
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