A vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Vereshchuck, anunciou, através da rede social Telegram, que um dos corredores se destina a permitir a retirada de civis em automóveis particulares de Mariupol, no sul do país, para a cidade de Zaporijia, sob controlo ucraniano.
Outro corredor será aberto de Berdyansk, ocupado por tropas russas, também para Zaporijia, em autocarros e veículos particulares.
As outras cidades das quais se pretende retirar civis são Rubizhne, Nishnye, Severodonetsk, Popasna e Lysychansk, em todos os casos com destino a Bakhmut, na região de Donetsk.
Nesta sexta-feira, mais de três mil pessoas de pessoas da região de Mariupol, no Mar de Azov, puderam deixar a zona em veículos particulares, anunciou à noite o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
"Hoje [sexta-feira] os corredores humanitários funcionaram em três regiões: Donetsk, Lugansk e Zaporojia. Conseguimos salvar 6.266 pessoas, incluindo 3.071 [de toda a região] de Mariupol", disse o Presidente ucraniano, num vídeo transmitido na noite de sexta-feira.
O Presidente ucraniano referiu que, nomeadamente, da cidade de Mariupol saíram 771 pessoas pelos seus próprios meios para Zaporijia.
No entanto, a missão de retirada de civis que a Cruz Vermelha pretendia realizar falhou mais uma vez por razões de segurança, embora a organização tenha anunciado que fará outra tentativa ao longo do dia de hoje.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.276 civis, incluindo 115 crianças, e feriu 1.981, entre os quais 160 crianças, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, incluindo mais de 4,1 milhões de refugiados em países vizinhos e cerca de 6,5 milhões de deslocados internos.
A ONU estima que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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