Cerca de 70% de Chernihiv ficou destruída depois da cidade ter sido atacada pelas forças russas, revelou este domingo Vladyslav Atroshenko, autarca da cidade. Segundo o responsável, que falava na televisão ucraniana, as consequências da ofensiva russa são "severas", assemelhando-se à situação de Bucha, Kharkiv e Mariupol.
A maior preocupação para os residentes é a “concentração de tropas russas na fronteira bielorrussa”, além do medo de a cidade ser novamente atingida por mísseis e bombardeamentos aéreos, adiantou, citado pela CNN.
“Os russos movimentam-se na Ucrânia como se estivessem em casa. E o facto de se terem retirado não significa que não voltarão amanhã. É cerca de 1h30 até chegarem até nós. Hoje podemos dizer que a situação está calma”, acrescentou.
Segundo o jornal The Kyiv Independent, os estabelecimentos comerciais na cidade estão encerrados, pelo que o orçamento local está estagnado.
Recorde-se que a situação humanitária na cidade de Chernihiv, no norte da Ucrânia, é "extremamente difícil", já que há duas semanas que os habitantes estão sem água, eletricidade, gás, aquecimento e outros serviços básicos, conforme informou o gabinete de imprensa da Polícia Nacional Ucraniana na sua conta da plataforma digital Telegram, na sexta-feira.
Nas 24 horas anteriores, a cidade e a vizinha Nizhyn, ambas a norte de Kyiv, foram alvo de bombardeamentos por parte das forças russas.
A Rússia lançou a 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.325 civis, incluindo 120 crianças, e feriu 2.017, entre os quais 168 menores, segundo os dados mais recentes da Organização das Nações Unidas (ONU), que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, incluindo mais de 4,1 milhões de refugiados em países vizinhos e cerca de 6,5 milhões de deslocados internos.
A ONU estima que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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