A Ucrânia conseguiu a sua independência da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) em 1991, mas a Rússia ainda hoje nega-se a renunciar ao controlo das decisões politicas do país vizinho e tenta manter o país de forma estratégica sobre a sua alçada.
As interferências políticas que hoje se concretizam numa guerra, já tiveram várias formas de interferência.
Um dos mais aparatosos foi a tentativa de assassinar o homem que liderou a Ucrânia entre 2005 e 2010: Víktor Yúshenko.
O homem trabalhou na banca nacional e exerceu funções importantes na administração do país antes de se aventurar na política. Em dezembro de 1999, o presidente Leonid Kuchma nomeou-o seu primeiro-ministro mas as forças da oposição conseguiram demiti-lo dois anos depois.
Yushchenko © Getty
A partir daí, Yushchenko começou a construir o seu próprio programa da Oposição, contra o presidente Kuchma que denunciava ser um inimigo da liberdade e amigo da autoridade. Em 2004, candidatou-se à presidência do país e entre as suas ambições constavam a vontade de integração europeia, a inserção na NATO e a luta contra a corrupção. Perante a queda de popularidade de Kushman, o primeiro-ministro do pais, Víktor Yanukóvich, avançou para o seu lugar, tornando-se no principal rival de Yushchenko nas eleições.
Uma campanha mal sucedida levou o então primeiro-ministro a uma medida drástica para vencê-lo e terá envenenado o seu rival, uma teoria que até hoje não foi possível de confirmar, embora poucos duvidem do sucedido.
A meio da campanha eleitoral, recorda a ABC.es, o seu corpo começou a inchar e a sua cabeça cresceu de forma desproporcional. Em setembro de 2004, Yushchenko teve que ser transferido para a Áustria onde se concluía que o candidato às presidenciais tinha sido envenenado com dioxina. Os níveis de dioxina no organismo do homem eram 6 mil vezes superior ao normal.
Yushchenko após o alegado envenenamento© Getty
As suspeitas sobre os autores do envenenamento apontavam para os serviços secretos da Ucrânia e dos seus aliados russos, uma vez que o chefe dos serviços secretos, Igor Smechko, e o seu adjunto, estiveram presentes num jantar com outros funcionários ucranianos no dia 5 de setembro, que precedeu ao seu súbito colapso de saúde. O caso foi calado e Víktor Yanukóvich nunca comentou o caso.
Em dezembro desse ano, Yushchenko acabou por vencer umas atribuladas eleições. O novo presidente conseguiu recuperar dos seus problemas de saúde e governou por dois mandatos, durante os quais enfrentou grande oposição de um parlamento extremamente hostil e dividido em apoiar as suas medidas de modernização.
O envenenamento de Yushchenko não foi a primeira nem a última acuação do género contra Moscovo.
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