"Vamos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para que aqueles que cometeram estes crimes de guerra não fiquem impunes e possam comparecer perante os tribunais, neste caso perante o Tribunal Penal Internacional, para responder por estes alegados casos de crimes contra a humanidade, crimes de guerra e, porque não dizê-lo também, genocídio", disse Sánchez durante um fórum económico.
O chefe do Governo espanhol insurgiu-se contra a "agressão injustificada" do presidente russo, Vladimir Putin, que "trouxe de novo a guerra à porta da União Europeia".
Imagens nas televisões e jornais de dezenas de corpos em valas comuns ou espalhados pelas ruas dos arredores da capital ucraniana, no fim de semana, na sequência da retirada russa, estão a chocar os países ocidentais.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou no domingo a Rússia de cometer "genocídio" na Ucrânia, um dia depois de muitos corpos terem sido encontrados em Bucha.
Sánchez é um dos primeiros líderes europeus a utilizar o termo "genocídio", assim como o seu homólogo polaco, Mateusz Morawiecki, que também esta segunda-feira pediu a criação de uma comissão de inquérito internacional sobre o "genocídio" na Ucrânia.
O número total de mortos ainda é incerto, mas, segundo a Procuradora-Geral da Ucrânia, Iryna Venediktova, os corpos de 410 civis foram encontrados nos territórios da região de Kyiv recentemente recapturados às tropas russas. A Rússia nega que qualquer irregularidade tenha sido cometida na área.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.325 civis, incluindo 120 crianças, e feriu 2.017, entre os quais 168 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, incluindo mais de 4,1 milhões para os países vizinhos.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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