A embaixadora norte-americana na ONU, Linda Thomas-Greenfield, disse na segunda-feira à NPR que os EUA pensam pedir uma votação "o mais rápido possível nesta semana e possivelmente já na quinta-feira".
A Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque, tem a palavra final, e qualquer resolução para retirar à Rússia os seus direitos como membro do Conselho de Direitos Humanos da ONU exigiria o apoio de dois terços dos 193 países membros.
Thomas-Greenfield disse que a sua mensagem foi simples para os 140 membros da Assembleia Geral que votaram em março para condenar a invasão da Ucrânia pela Rússia: "As imagens de Bucha e a devastação em toda a Ucrânia exigem que agora juntemos ações às nossas palavras".
"Não podemos deixar que um Estado-membro que está a subverter todos os princípios que consideramos sagrados continue a fazer parte do Conselho de Direitos Humanos da ONU", disse ela.
A Rússia e os outros quatro membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU -- Reino Unido, China, França e Estados Unidos -- estão atualmente entre os 47 membros do Conselho de Direitos Humanos.
Em Nova Iorque, a porta-voz da Assembleia Geral da ONU, Paulina Kubiak, disse na segunda-feira que ainda não recebeu qualquer pedido de reunião sobre o assunto.
O embaixador da Rússia na Suíça, Gennady Gatilov, reagiu acusando os EUA de "explorar a crise ucraniana para seu próprio benefício numa tentativa de excluir ou suspender a Rússia de organizações internacionais".
O único país a perder os direitos de membro do Conselho de Direitos Humanos foi a Líbia em 2011, quando uma revolta derrubou Moammar Kadafi, lembrou o porta-voz do conselho, Rolando Gomez.
Referindo-se à Assembleia Geral da ONU, Gatilov disse, em comentários divulgados por um porta-voz da missão diplomática russa, que o esforço dos EUA "dificilmente será apoiado pela maioria dos estados-membros".
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.430 civis, incluindo 121 crianças, e feriu 2.097, entre os quais 178 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de dez milhões de pessoas, das quais 4,1 milhões para os países vizinhos.
Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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