Intervindo num debate no Parlamento Europeu (PE), a comissária europeia dos Assuntos Internos, Ylva Johansson, insistiu na questão da situação dos menores ucranianos, tanto os dois milhões que procuraram refúgio na UE como os que ainda estão em zonas de conflito, debaixo de bombardeamentos russos.
"A prioridade é registar, registar, registar", sublinhou, acrescentando que é preciso saber onde estão estes dois milhões de crianças: "Não podemos ter ninguém não localizado", referiu ainda, pedindo aos Estados-membros que impulsionem o processo.
Os menores que escaparam do conflito enfrentam agora o perigo das redes de traficantes, disse Johansson, exemplificando com o caso da Lituânia, onde as autoridades investigam as suspeitas de tráfico de 43 menores para redes de adoção.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.430 civis, incluindo 121 crianças, e feriu 2.097, entre os quais 178 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de dez milhões de pessoas, das quais 4,1 milhões para os países vizinhos.
Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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