O Ministério das Relações Exteriores brasileiro expressou solidariedade com as famílias das vítimas, "muitas das quais com sinais de tortura e maus-tratos", e com "todo o povo ucraniano", de acordo com um comunicado.
O Ministério pediu que os direitos dos civis e o direito internacional humanitário sejam respeitados.
O comunicado lembrou que o Brasil defendeu perante o Conselho de Direitos Humanos das ONU a realização de uma "investigação completa e independente de quaisquer supostas violações, a fim de apurar responsabilidades".
O Brasil, membro não-permanente do Conselho de Segurança da ONU, continua "totalmente comprometido" com as discussões internacionais, visando a "cessação imediata das hostilidades", acrescentou.
As autoridades defenderam a promoção do "diálogo conducente a uma solução pacífica e duradoura".
Autoridades ucranianas encontraram em Bucha, a noroeste de Kyiv, mais de 400 corpos de civis mortos nas ruas e em valas comuns, depois da retirada dos militares russos, que ocuparam a cidade durante várias semanas.
A conselheira especial da ONU para a Prevenção do Genocídio, Alice Wairimu Nderitu, disse na quarta-feira haver "sinais muito graves de uma possível ocorrência de crimes de guerra" cometidos por tropas russas contra civis em Bucha.
Apesar de o Brasil ter votado a favor, no Conselho de Segurança da ONU, de uma resolução que condenava as ações russas, o Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, que visitou Moscovo poucos dias antes da Rússia invadir a Ucrânia, tem evitado condenar o Kremlin, defendendo a postura de Brasília de "equilíbrio e neutralidade".
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.563 civis, incluindo 130 crianças, e feriu 2.213, entre os quais 188 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,2 milhões para os países vizinhos.
Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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