O bombardeamento aconteceu num viaduto perto da estação de Barvenkove, disse o chefe da administração militar regional de Donetsk, Pavel Kirilenko, na plataforma Telegram.
"Os comboios já estão a uma distância segura do epicentro do ataque aéreo e seguem uma rota específica", disse o líder militar.
Kirilenko lembra que "todos os dias os comboios de retirada saem da região de Donetsk, levam os moradores das regiões de Donetsk e Lugansk para as regiões ocidentais da Ucrânia".
O responsável apelou aos civis a deixar ambas as áreas, atualmente alvo principal dos ataques russos.
O presidente do operador de caminhos-de-ferro "Ukrzaliznystia", Alexander Kamyshin, confirmou o bombardeamento russo de um viaduto perto da estação de Barvinkove, que deixou os três comboios bloqueados em Slovyansk e Kramatorsk, segundo a agência de informação ucraniana Ukrinform.
Os próximos dias serão "a última oportunidade" para os civis no leste da Ucrânia deixarem a região, insistiu na quinta-feira o governador de Lugansk, Sergei Gaidai, numa mensagem na rede social Facebook, perante receios crescentes de uma grande ofensiva por parte dos militares russos.
As autoridades ucranianas têm pedido há vários dias aos habitantes do leste do país que deixem a região o mais rapidamente possível, depois de Moscovo ter anunciado que ia reposicionar forças para concentrar os seus esforços na "libertação" do Donbass, onde os separatistas pró-russos lutam contra o exército ucraniano desde 2014.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.611 civis, incluindo 131 crianças, e feriu 2.227, entre os quais 191 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,3 milhões para os países vizinhos.
Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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