O Ministério do Interior britânico especificou que 10.800 refugiados obtiveram visto porque tinham familiares a viver no Reino Unido e os outros 1.200 beneficiaram de um programa em que famílias britânicas se dispõem a abrigar refugiados ucranianos.
A ministra do Interior, Priti Patel, disse hoje que lamenta a "frustração" que existe pelo longo período de tempo que os refugiados têm de esperar para entrar no país.
"Vou ser sincera, tem demorado. Qualquer novo esquema leva tempo, qualquer novo sistema de vistos leva tempo", defendeu.
Mas os Liberais Democratas consideram que a chegada de apenas 1.200 refugiados no âmbito do programa "Casas para a Ucrânia", menos de 3% do número total de inscrições, é insatisfatório e lamentam que Patel não esteja a facilitar os processos perante a emergência humanitária.
"Dezenas de milhares de famílias britânicas ofereceram-se para abrir as suas casas a refugiados ucranianos, mas o Governo está a desperdiçar a incrível generosidade com burocracia e atrasos desnecessários", acusou o líder, Ed Davey.
De um total de 79.800 candidaturas recebidas para ambos os esquemas foram concendidos 40.900 vistos até quinta-feira, indicou o Ministério.
Dos 36.300 pedidos de vistos familiares, 28.500 foram concedidos, mas só 12.500 foram emitidos para o programa "Casas para a Ucrânia", menos de 33% dos 43.600 pedidos feitos.
Ao contrário da União Europeia, que simplificou a entrada de refugiados, o Reino Unido tem insistido em obter candidaturas prévias e recolher dados biométricos antes de admitir a entrada de refugiados, alegando questões de segurança.
A ofensiva militar da Rússia iniciada a 24 de fevereiro na Ucrânia levou à fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,3 milhões para os países vizinhos.
Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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