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Embaixadores da Arábia Saudita e Kuwait regressam a Beirute após 5 meses

Os embaixadores da Arábia Saudita e do Kuwait regressaram hoje a Beirute, pouco mais de cinco meses depois de terem sido convocados na sequência de uma grave crise diplomática entre o país e várias monarquias do Golfo.

Embaixadores da Arábia Saudita e Kuwait regressam a Beirute após 5 meses
Notícias ao Minuto

18:57 - 08/04/22 por Lusa

Mundo Líbano

O embaixador saudita no Líbano, Walid Bukhari, chegou a Beirute hoje à tarde, horas depois do homólogo do Kuwait, Abdel Aal al-Kinai, segundo a Agência Nacional de Notícias (ANI) do Líbano.

Na quinta-feira, o Ministério dos Negócios Estrangeiros saudita anunciou o regresso do seu embaixador a Beirute, em "resposta aos apelos das forças políticas moderadas no Líbano e ao compromisso do Governo libanês de tomar as medidas necessárias para pôr fim a todas as atividades que minam o reino".

Esta declaração surgiu na sequência do anúncio de um acordo de princípio entre o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Líbano, atingido por uma crise económica sem precedentes, "abrindo o caminho aos doadores", segundo o primeiro-ministro libanês, Najib Mikati.

Em 29 de outubro de 2021, Riade fez regressar o seu embaixador no Líbano, depois de declarações do ministro da Informação libanês, que criticou a intervenção da coligação militar liderada pelos árabes no Iémen, e decidiu "suspender todas as importações libanesas".

Essa ação foi seguida pelos Emirados Árabes Unidos, Kuwait e Bahrain, que retiraram o seu diplomata em "solidariedade".

As relações entre Beirute e os Estados árabes do Golfo tornaram-se tensas nos últimos anos devido à crescente influência do Hezbollah, que é pró-iraniano.

"O problema vai muito além dos simples comentários de um ministro", explicou o chefe da diplomacia saudita, denunciando "a hegemonia do Hezbollah sobre o Líbano".

Na altura, os países do Golfo criticaram Beirute pela sua falta de firmeza para com o Hezbollah, um peso pesado da política libanesa, acusado de apoiar os rebeldes Huthis que têm combatido no Iémen desde 2014.

Tanto os Huthis, como o Hezbollah, são apoiados pelo Irão, o grande rival da Arábia Saudita.

A crise com as monarquias do Golfo foi um duro golpe para o Líbano, cujo novo Governo foi formado em setembro, após um impasse político de 13 meses.

A Arábia Saudita era o terceiro maior mercado de exportação do Líbano, representando 6% das exportações do país em 2020, no valor de cerca de 217 milhões de dólares (cerca de 200 milhões de euros), segundo a Câmara de Comércio.

Leia Também: FMI anuncia acordo de princípio para ajuda ao Líbano

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