CPLP. Vila Nova quer ouvir países sobre presidência para evitar "disputa"
O Presidente são-tomense disse hoje à Lusa que quer ouvir os restantes Estados da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) para evitar "uma disputa desnecessária" sobre a futura presidência da organização, a partir de 2023.
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Mundo Carlos Vila Nova
O Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, reafirmou esta semana, durante a visita de Estado de Carlos Vila Nova a Portugal, o "apoio total" para que São Tomé e Príncipe assuma o cargo, sucedendo a Angola, mas a decisão, lembrou o chefe de Estado são-tomense, é tomada por consenso entre os nove países da CPLP.
"Nos próximos tempos há a possibilidade de, numa reunião ministerial [dos chefes da diplomacia dos membros da CPLP] abordar a questão. Nós devemos agradecer a Portugal pela confiança que manifesta em ver São Tomé e Príncipe no exercício da presidência da CPLP, mas a verdade é que é uma responsabilidade e é preciso estar preparado para ela caso seja essa a vontade da CPLP", comentou Carlos Vila Nova, em entrevista à Lusa no final de uma visita de Estado a Portugal, a primeira que realizou ao estrangeiro desde que foi eleito, em setembro passado.
Para São Tomé e Príncipe, sublinhou, será uma "honra" presidir à CPLP a partir de 2023, sucedendo a Angola, mas o Presidente são-tomense sublinhou que "é uma decisão que se toma por consenso".
"Havendo outro país interessado em exercer também essas funções, é preciso que se encontre a forma de chegarmos a uma solução para evitar que nós entremos numa situação de uma disputa desnecessária que não nos leva a lado nenhum", disse.
Na cimeira da CPLP realizada em julho passado em Luanda, quando Angola assumiu a presidência, os chefes de Estado e Governo de não decidiram qual seria o país a suceder a Angola na liderança da organização, uma vez que estava a decorrer em São Tomé e Príncipe o processo para a eleição do Presidente da República, que viria a ficar concluído em setembro.
"Este é um dos pontos que nós queríamos de facto ver resolvido. É claro que nos próximos tempos contactos com os outros países também ajudarão. De Portugal temos a garantia de ter o apoio inequívoco e total para que São Tomé exerça essa presidência, mas é preciso também saber qual é o sentimento dos outros Estados-membros", acrescentou.
O Presidente Vila Nova tem referido que o seu país não tem suficientes condições, em termos de recursos humanos e materiais, para exercer a função, pelo que tem remetido uma decisão para mais tarde.
Marcelo Rebelo de Sousa declarou o "apoio total" de Portugal "à próxima presidência da CPLP de São Tomé e Príncipe" a partir do próximo ano, declarando tratar-se de "um grande momento" para a organização lusófona.
Angola, que detém atualmente a presidência da CPLP, já tinha adiantado em setembro passado que será São Tomé e Príncipe a suceder-lhe em 2023.
A Guiné-Bissau também assumiu interesse em assumir o cargo no próximo mandato.
A CPLP é constituída por Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
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